Alcoutim: Pereiro parou para ouvir falar sobre demências

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Os lugares disponíveis não chegaram para a quantidade de pessoas que decidiu assistir à palestra sobre as demências, que decorreu na última semana no Centro de Dia do Pereiro, concelho de Alcoutim, e que contou com a presença de Isabel Valente, neurologista do Hospital de Faro.

A palestra, que contou também com a presença do médico e autarca Francisco Amaral, clarificou os diferentes tipos de demência e as características de diagnóstico e deixou ainda alguns conselhos aos familiares sobre a melhor forma de lidar e tratar estes doentes.

“Todos nós teremos demência, depende da nossa longevidade”, iniciou Isabel Valente, prendendo logo a atenção da sala, completamente lotada.

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“Em Portugal nasce-se com muita dignidade, mas envelhece-se com muito pouca”, continuava a neurologista, caracterizando o quadro geral das demências no país.

Deixando claro que o aumento da nossa esperança média de vida nos aumenta as probabilidades de sofrer de demência, a neurologista esclareceu que a medicina só pode atuar, preventivamente, no grupo das vasculares, que representam 20% dos casos.

“O alzheimer é cada vez mais frequente”, afirmou Isabel Valente, sublinhando que o preço dos medicamentos para a doença é “excessivamente alto”, o que, muitas vezes, invalida o seu tratamento.

Francisco Amaral acrescentou que foi alertado para esse facto há já alguns anos pela mesma neurologista e que, desde então, a autarquia apoia, na totalidade, a compra destes medicamentos, medida que mereceu o aplauso da sala cheia.

No final da palestra foi aberto um espaço para questões, em que se focou a necessidade de acompanhar os cuidadores dos doentes com demência, que acabam por, durante cerca de 12 anos, assistir à crescente perda de qualidade de vida dos seus sem nada poder fazer, e a necessidade de acarinhar estes doentes, sem os pressionar ou fazê-los sentirem-se mal pela perda das suas faculdades. “Um doente com alzheimer precisa de atenção, cuidado e carinho. É sobretudo isto que muitas vezes falha”, terminou o médico Francisco Amaral.

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