Algarve pesca um terço dos desembarques nacionais de cavala

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O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve pretende valorizar a cavala e, nesse sentido, propôs-se realizar um conjunto de estudos que determinem as suas caraterísticas biológicas e perfil nutricional. Paralelamente, promove uma série de eventos com vista à divulgação de receitas tradicionais e inovadoras, cujo ingrediente principal é aquela espécie.

De acordo com o responsáveis do CCMAR, a valorização dos recursos pesqueiros passa “pelo aumento de conhecimentos da biologia e ecologia das espécies capturadas intencionalmente ou acessoriamente”.

Estas últimas espécies, muitas vezes rejeitadas ao mar, são “muito relevantes para a política comum de pescas comunitária e nacional, sendo o seu aproveitamento comercial desejado para uma exploração racional e sustentada dos oceanos”.

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Refira-se que a cavala é uma das espécies mais capturadas, mas também das mais rejeitadas, pela frota algarvia.

Historicamente, ocupou sempre segunda posição no ranking das espécies mais desembarcadas. De 2012 a 2014 conquistou o primeiro lugar naquele ranking, mercê não só de um acréscimo nos seus desembarques (cerca de 35000 a 40000 toneladas/ano), mas principalmente de um decréscimo acentuado nos desembarques de sardinha (sardinia pilchardus).

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A cavala é pescada durante todo o ano, mas com maior intensidade nos meses de verão e de outono. O comprimento mínimo de desembarque é de 20 cm.

No Algarve pesca-se quase um terço dos desembarques nacionais de cavalas e, em águas algarvias, a cavala representa quase metade do total de pescado desembarcado, sendo Olhão, Portimão e Quarteira os principais portos de desembarque.

Aquela espécie é capturada, principalmente, pela arte de cerco que se dedica à sardinha, existindo igualmente desembarques provenientes das redes de emalhar/tresmalho e arrasto.

Se os desembarques de cavala no Algarve têm vindo a aumentar (cerca de 7000 toneladas/ano em média nos últimos 10 anos), já o preço da primeira venda se tem mantido relativamente constante, à volta dos 25 cêntimos/kg.

A cavala é muitas vezes rejeitada ao mar, sendo que parte dos exemplares de maior tamanho é aproveitada para consumo humano, sobretudo em fresco e em conservas, podendo também ser utilizada como isco (covos e anzol) e para alimentação de atuns em armações.

Os especialistas preveem que exista num futuro próximo uma valorização da espécie para consumo humano, quer no que se refere a novas técnicas de conservas e patés, e de ultracongelação, e também enquanto produto alimentar fresco de elevada qualidade nutricional e sensorial.

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