“Algarve tal como o destruímos”

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Este título foi retirado do livro da autoria de, Fernando Silva Grade, embora editado em 2014, infelizmente continua mais que actual. Pretendo, de certo modo, desmistificar certas considerações proferidas pelos intervenientes na vossa reportagem, publicada no passado dia 15 de Agosto, com o título: “Adeus sequeiro, Bem-vindo Algarve tropical!”.

“Agricultor é que escolhe o que quer produzir” – realmente tem esse direito, mas quando faltar a água nas torneiras ou se surgir uma outra calamidade – a quem são pedidas responsabilidades?
“O futuro: regar abacates com água filtrada das ETAR”, “água filtrada de todas as impurezas e praticamente potável”. Será uma boa opção a considerar! Mas, já existe tecnologia capaz de eliminar os metais pesados?

“Escolher entre o pomar e a piscina do hotel” – Eu diria: Escolher entre o pomar e as piscinas particulares que, nos últimos anos têm sido licenciadas e algumas a escassos metros da imensa piscina Natural, de água salgada com bastantes benefícios para a saúde.

“O abacate não leva glifosato” – Então! Não existem outros pesticidas além do glifosato?
“(devido à gestão de terrenos com as características ideais)” sustenta o também assessor da cooperativa espanhola Trops, que fez vários investimentos na zona do Barlavento algarvio durante os últimos anos”. – Não compreendo! “características ideais”. Será que os terrenos na zona de Lepe e Cartaya, após tantos anos de cultura intensiva de fresas (morangos), já estão estéreis?
“A maior preocupação para implantar abacateiros é em relação ao mar, pois “deve haver uma faixa de cinco a dez quilómetros de distância em relação à linha de costa e as plantações devem estar abaixo da Via do Infante”. – Se é verdade que existe essa preocupação/necessidade, a implantação terá que ser acima e não abaixo da Via do Infante…

O Desenvolvimento praticado no Algarve coincide com os objectivos do Protalgarve? – “Desenvolver e implementar ferramentas para monitorizar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais”…
“A Dieta Mediterrânea foi classificada em Portugal e Tavira como Património cultural imaterial da humanidade, em 2013” – será compatível com o desenvolvimento praticado no Algarve?
Os responsáveis pela aprovação de certos projectos, deveriam verificar presencialmente quais têm sido as consequências pela grande concentração de embarnadeiros (estufas) na zona de Almeria (são as maiores do mundo). Creio que o olival intensivo no Alentejo, também já está a causar problemas…

Modesto Vitória

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