AMAL diz que o aumento do preço da água só deverá ocorrer a partir de 2026

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O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) esclareceu esta terça-feira que o aumento do preço da água na região “só deverá ter efeitos” a partir de 2026, depois de concluídos os projetos de eficiência hídrica.

“O aumento do preço do fornecimento de água não está previsto para já e só deverá acontecer a longo prazo, depois da conclusão das obras de ligação da captação de água no Pomarão e da central de dessalinização”, disse à agência Lusa o presidente da AMAL, António Pina.

O aumento do preço da água no Algarve foi avançado hoje pelo ministro do Ambiente durante um seminário que teve como tema os recursos hídricos.

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João Pedro Matos Fernandes revelou que o aumento “não será grande”, mas será suportado também pelos grandes consumidores da agricultura e do golfe.

O presidente da AMAL, estrutura que agrega os 16 municípios do Algarve, explicou que o aumento do preço do abastecimento “irá refletir os custos operacionais com a manutenção do funcionamento das duas infraestruturas” do plano de eficiência hídrica para o Algarve inserido no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

António Pina disse que o aumento será repartido de forma igual pelos consumidores, lembrando que “o grande consumidor de água é a agricultura, com 60%, tendo o golfe uma percentagem de 6%”.

“O aumento será em proporção do que cada um consome”, sublinhou o também presidente da Câmara de Olhão, acrescentando que existem “ideias e estimativas para os aumentos a aplicar, mas não são significativos”.

“Estamos a falar de aumentos de cêntimos” frisou.

Para António Pina, “é preciso que todos tomem consciência de que a água é um bem escasso e que os mecanismos de captação e reserva têm custos e fazem com que ela seja bem mais cara”.

O plano de eficiência hídrica do Algarve contempla a ligação de uma captação de água do Guadiana, no Pomarão à barragem de Odeleite, projeto estimado em 55 milhões de euros, e a dessalinização de água do mar, com um custo previsto de 65 milhões.

Para o ministro do Ambiente, estes são projetos que “têm de ser entendidos como um seguro” que o Governo pretende introduzir no Algarve.

A sua concretização “não pode significar um aumento apenas nos consumidores domésticos”, ilustrando que “todos os setores terão de pagar o prémio deste ‘seguro’”, que se destinará ao que custa manter os projetos a funcionar, uma vez que o investimento para os fazer é comparticipado a 100%.

O governante indicou que o Governo ainda está a calcular como é que o aumento será calculado, mas assegurou que o certo é que “vai ter que se repercutir de forma horizontal”.

Além do dinheiro que será aplicado nos “projetos-seguro”, haverá 35 milhões de euros para redução de perdas de água na rede urbana, 17 milhões para aumentar a eficiência e reduzir perdas na agricultura, cinco milhões para governança dos recursos e 23 milhões para promover a utilização de águas residuais tratadas.

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