A chanceler alemã Angela Merkel anunciou esta quarta-feira que deseja eliminar o mais rápido possível a energia nuclear da Alemanha, confirmando a mudança de posição depois da catástrofe japonesa.
“Quanto antes sairmos da energia nuclear, melhor”, declarou numa conferência em Frankfurt, apesar de há alguns meses o seu governo ter decidido prolongar a vida útil das centrais do país para descontentamento da opinião pública alemã, tradicionalmente contrária à energia nuclear.
Apesar disso, não anunciou um calendário preciso. “A saída deverá ser feita com prudência” e o debate deverá ser realizado com “bases racionais”, acrescentou.
“Discutir racionalmente significa que não serve de nada fechar as centrais nucleares se for para importar energia atómica de nossos vizinhos”, disse, referindo-de sobretudo à França.
A crise nuclear de Fukushima, no Japão, “é um acontecimento que marca o mundo e que vai mudá-lo. É por isso que penso que é justo ter um tempo de reflexão” e ver quais são as “lições” que podem ser aprendidas com um evento deste tipo, disse.
Merkel ressaltou que “é urgente desenvolver o abastecimento energético do futuro”, considerando que o fim da era nuclear na Alemanha só chegará quando os preços da energia elétrica procedente das energias renováveis forem “abordáveis” e quando a infraestrutura for suficiente.
Apesar da precaução, a saída de Merkel dificilmente será aceita pelas quatro gigantes da energia alemã EON, RWE, EnBW e Vattenfall que operam as centrais nucleares.