António Melo Pires quer reforçar produtividade da Autoeuropa

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A “garantia de futuro” da unidade da Volkswagen em Palmela passa pela “capacidade de adaptação a um Mundo em mudança”, defendeu esta quinta-feira o director-geral indigitado da Autoeuropa, António Melo Pires. A menos de um mês de substituir o alemão Andreas Hinrichs, em trânsito para o Brasil, o gestor português propõe-se “reforçar os indicadores de produtividade” e recebe do Governo a garantia de uma “estreita cooperação”.

Em Junho, no termo do primeiro semestre, a fábrica da construtora automóvel Volkswagen em Palmela havia já atingido 47,6 por cento da produção calculada para 2010 – mais de 100 mil viaturas. Dados do Gabinete de Relações Públicas e Assuntos Governamentais da unidade, citados pela agência Lusa, situam a produção desde Janeiro em 47.572 automóveis dos modelos fabricados em Portugal.
O primeiro administrador português nomeado para o cargo de director-geral da fábrica, que irá render Andreas Hinrichs a 1 de Setembro, elege, como primeiro desafio do seu futuro consulado, o reforço dos “indicadores de produtividade”. À luz da ideia de que “a qualidade exige excelência na produção”, António Melo Pires sustentou, durante a sua apresentação, que a “capacidade de adaptação a um Mundo em mudança será o grande desafio e a garantia de futuro da Autoeuropa”; a par do “sonho” de levar para a fábrica a produção de um quarto modelo, uma conquista que não deve ser alcançada “a curto prazo”, antes “pensada e planeada nos próximos meses” ou mesmo “anos”.

Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico, António Melo Pires entrou para a Volkswagen em 1992, na unidade de Palmela. Ao fim de 11 anos, assumiu, em Espanha, a direcção da Área de Prensas e Carroçarias da marca alemã em Navarra, Espanha. A partir de 2006, ocupa a direcção da unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, no Brasil. Em 2007 foi nomeado para a direcção da fábrica de Curitiba, no Estado brasileiro do Paraná.

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“Estreita cooperação”

Ao intervir na apresentação do novo número um da Autoeuropa, o ministro da Economia deixou a garantia de que o Governo “tudo fará para manter uma estreita cooperação” com a fábrica da Volkswagen, uma “empresa de vanguarda” que, argumentou Vieira da Silva, ganha agora “uma ambição particular, porque à frente dessa ambição estará um português”.

Segundo Vieira da Silva, não será pela troca de administradores “que a Autoeuropa não chegará à excelência”. O ministro da Economia mostrou-se também convicto de que a empresa “manterá a paz social e o diálogo” com os trabalhadores e reafirmou a disponibilidade do Executivo de José Sócrates para apoiar a produção de um quarto modelo: “O Governo português, assim como esteve disponível para apoiar a empresa quando se tratou da modificação do seu perfil produtivo, a passagem de um único modelo para um terceiro modelo, também estará sempre disponível para apoiar a empresa na procura do enriquecimento da sua gama produtiva e do aumento da sua produtividade”.

O ministro da Economia salientou, no entanto, que a atribuição de um apoio à produção de um quarto modelo está condicionada à demonstração, por parte da Autoeuropa, “no seio do Grupo Volkswagen, que tem a melhor localização, capacidade para isso e que tem o volume de recursos suficientes para aumentar a produção”.

“O Governo apoiará em termos de qualificação e em termos de melhoria da envolvente da localização empresarial”, garantiu Vieira da Silva.

Principal desafio é trazer “novo produto”

À margem da apresentação de António Melo Pires, o presidente da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, manifestou a esperança de que o novo director-geral traga “um novo produto” e assim aumente a produção da fábrica para 180 mil unidades.

“O novo director terá um grande desafio que é o alcance de novos produtos, essencialmente do quarto modelo ou, de preferência, o aumento de produção desta empresa para que atinja as 180 mil unidades, os três turnos e com isso criando muito mais emprego de qualidade”, declarou António Chora aos jornalistas.

“Todos os directores têm trazido um produto para a Autoeuropa, esperemos que o mesmo aconteça com António Pires. Esse será o principal triunfo e o principal desejo dos trabalhadores”, reforçou o responsável.

AL/JA

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