Portugal é um país da união europeia enredado em problemas múltiplos, mas com uma economia em crescimento e com uma taxa de desemprego acima da média europeia. E porque será? Porque, apesar do paupérrimo investimento no turismo e nas empresas, ambos ainda constituem a trave-mestra desta pobre nação, com o aumento de visitas estrangeiras e com o crescimento das exportações. Mas a continuarmos assim, com mentiras e compromissos não assumidos pelos incompetentes e irresponsáveis governativos, muito em breve cairemos no abismo. O sr. Presidente da República e o sr. Primeiro-Ministro, ainda não tomaram consciência dos cargos que ocupam e a sua grande responsabilidade.
Licenciados em direito, economia e pseudo licenciados em política é o que mais há. Basta olhar para os partidos políticos e para a Assembleia da República para chegarmos a essa triste conclusão. Aí está o resultado nada animador, com que os portugueses se confrontam no dia a dia.
Depois deste breve preâmbulo, pergunto. Quem hoje quer ser professor? Andar com a casa às costas e com os problemas familiares que isso acarreta, com carreiras congeladas e salários miseráveis? NINGUÉM! E profissionais de saúde? Com carreiras congeladas, salários no SNS insultuosos e falta de condições de trabalho?
NINGUÉM! E funcionários dos transportes, da justiça e dos lares das Misericórdias? A grande maioria com salários abaixo do ordenado mínimo nacional, com horários de trabalho desumanos e deficit de pessoal?
NINGUÉM! E forças policiais, guardas prisionais e militares dos três ramos das forças armadas? Com remunerações inapropriadas para um desempenho em segurança (quanto é o subsídio?) e com desempenhos de norte a sul do país? NINGUÉM! O que dá é ser político, no governo ou A. R., autarquias e juntas de freguesia fora ou dentro dos partidos, licenciados ou não, mas fundamentalmente importa muito a frequência “universitária das juventudes partidárias”. Isso é factor determinante para alcançar o pódio na governação, embora sem a experiência, competência e responsabilidade que esses cargos exigem, como se tem visto e que continuaremos a ver em 2023! TODOS estão a virar as costas a profissões nobres, como é o caso dos professores, pelo desrespeito que a classe tem sofrido pelos políticos, alguns deles ex-profissionais da EDUCAÇÃO!
Num artigo que li recentemente, um antigo ministro da nossa praça que nunca foi político, referindo-se à definição de Estado de Direito, que um dia lhe foi transmitido pelo seu mentor na altura de iniciar a sua atividade: “para os nossos, tudo; para os nossos adversários, nada; para os indiferentes, aplica-se a lei.”
POLÍTICO, é actualmente a profissão mais desejada, através da qual e por meios indevidos e menos dignos, se alcança o objectivo proposto.
Felizmente e segundo as últimas sondagens, os portugueses começaram a abrir a pestana, porque os olhos ainda não!
Portimão, 15 de Junho de 2023
Escrito pela antiga ortografia