Falando esta terça-feira à noite numa entrevista concedida à televisão estatal grega, o primeiro-ministro Alexis Tsipras indicou que não se irá demitir, apesar de reconhecer não acreditar no acordo que assinou.
“Eu assumo a responsabilidade por todos os erros que possa ter cometido, eu assumo a responsabilidade por um texto em que não acredito, mas eu assinei-o para evitar o desastre para o país, o colapso dos bancos”, referiu.
“As políticas que nos foram impostas são irracionais”, considerou, acrescentando que, apesar disso, não irá fugir às suas responsabilidades e que não irá abandonar o cargo, pelo menos até que haja um acordo sólido com os credores.
“Não tenho razões para convocar eleições, dependerá do que se passar no meu partido, no nosso parceiro (de Governo)”, sustentou, acrescentando que a sua prioridade é “conseguir um programa” e, a partir daí, terá “tempo para conflitos internos e com a oposição”.
“A dura verdade é que a Grécia foi encurralada numa rua de sentido único”, disse ainda o primeiro-ministro grego, numa entrevista concedida na véspera das medidas de austeridade impostas pelos parceiros do eurogrupo e credores da Grécia irem a votação no parlamento grego.
Apesar de diversos membros do próprio Syriza já terem indicado que vão votar contra, o plano deverá ser aprovado com votos favoráveis de deputados de partidos da oposição.
O acordo foi alcançado na segunda-feira em Bruxelas, após uma maratona negocial de 17 horas. Entre as medidas previstas encontram-se o aumento do IVA, a reforma do sistema de pensões e a liberalização do mercado laboral.
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