Avaliação interna nas escolas é apontada como vital

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Algarve integrado em investigação na área da Educação

Investigadores do Algarve, do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo estiveram no último ano a analisar os fatores que contribuem para promover o sucesso escolar e o abandono do ensino básico e secundário. As políticas nacionais educativas são um dos vetores que mais condicionam e uniformizam o ensino. Os investigadores sugerem a criação de mecanismos de autoavaliação das escolas e agrupamentos

A Universidade do Algarve (UALg) acolheu, na passada semana, um seminário focou as atenções sobre as escolas portuguesas. “Escolas: um olhar a partir da avaliação externa” foi o tema deste encontro onde foram apresentados resultados de uma investigação realizada no último ano e que foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A investigação em causa teve como objeto de estudo as escolas do ensino básico e secundário das regiões do Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo.
Os investigadores tentaram perceber de que forma se enquadram as medidas políticas com impacto direto na organização escolar, como se distinguem as organizações escolares, de que forma as escolas valorizam as aprendizagens e os resultados escolares e quais os modelos de liderança que caracterizam as escolas portuguesas.
Em declarações ao JA, a docente da UALg e membro coordenadora da equipa de investigação do projeto da UALG, Helena Quintas, explicou que os resultados detalhados sobre as diferenças entre cada uma das regiões só serão conhecidos depois da publicação oficial do estudo, altura em que serão produzidos e publicados artigos científicos sobre as diferentes realidades.
Contudo, destaca como principais conclusões a “relativa homogeneização entre as três regiões” estudadas. O estudo “permite concluir que a diferenciação das organizações escolares tem como dimensões-chave as dinâmicas de participação na comunidade educativa e a oferta de ensino”, referiu.
“As escolas são fortemente dependentes das medidas de política educativa e estas têm um efeito uniformizador que se espelha nos relatórios de avaliação externa”, acrescenta.
Importa referir que o estudo teve como base todos os relatórios de avaliação externa das escolas realizada pela Inspeção Geral da Educação durante os anos de 2007, 2008 e 2009. A par desta documentação e da legislação em vigor no período em causa, os investigadores fizeram ainda entrevistas a responsáveis escolares e foi feita uma análise multivariada.

Autonomia, liderança, resultados e avaliação interna

A liderança foi um dos aspetos a que a equipa de investigação deu particular ênfase. A criação da figura do diretor de escola e do Conselho Geral que substitui a Assembleia de Escola foram mudanças que os investigadores acreditam que poderão promover a autonomia das escolas. “Mas também de garantir, ainda que sob o constrangimento das diretrizes emanadas do poder central, alguma gestão equilibrada dos diversos poderes e interesses”, explicou a investigadora da UALG.
Um dos alertas vai para o facto dos responsáveis escolares se revelarem preocupados “com o apetrechamento em novas tecnologias, mas o respetivo uso, em termos de ensino e aprendizagem, não assume, nos relatórios, o correspondente impacto”.
Os investigadores apontam para (…)

[texto publicado na íntegra na edição de 4 de novembro de 2010 do Jornal do Algarve]

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