AVARIAS: Podia ter inventado um nome falso para a crónica

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Um dia, alguns, menos avisados, pessoas do antigamente, alguns de entre vós, chegarão à conclusão (parece-me mau português, mas de momento não tenho nenhuma alternativa) que, como eu sempre escrevi, com o VAR ninguém vai ganhar. Mesmo o Sporting que este fim-de-semana andou ufano por ter ganhado uma Taça da Liga e que diz, pela boca do seu presidente que o VAR é a solução para todos os males, vai retirar as declarações assim que perder, de uma forma menos clara. As minhas palavras vão em direcção à nova fórmula que foi usada na final da Taça da Liga de que falei atrás; o VAR não teve um árbitro mas dois, para haver mais uma pessoa a espiar o que se faz. É só esperar que apareça um novo problema (é tudo uma questão de tempo), para ter que convocar não dois árbitros para o VAR, mas três, para depois serem quatro, com o auxílio de mais câmaras, quinto árbitro, árbitros de baliza, árbitros de bancada, etc. E como os meus amigos sabem, nada vai acabar aqui, as discussões vão continuar e piorar, todos a duvidar de tudo e todos. As pessoas não perceberam (digo e penso eu) ainda que o VAR, funciona, pelo menos em Portugal, como as leis. Fazem-se catadupas delas sobre tudo e um par de botas, mas depois há sempre alguém que as contorna; ou são feitas já com sesse objectivo, como dizem as más línguas. Com o VAR é o mesmo; não se podendo interromper o jogo, cada vez que um jogador cai (parece que é quase isso que se pretende), vão-se arranjando protocolos, que podem sempre ser ultrapassados, geralmente em benefício dos mesmos de sempre. Em Portugal tudo é uma questão de escala: os grandes mandam na primeira liga, o Braga que se queixa muito, originará grandes queixas dos outros, os do meio e de baixo. Os grandes da segunda liga mandam nos outros e assim sucessivamente, segundo o sagrado princípio de que, para a arbitragem, os maiores têm mais direito que os restantes e, caso não exista nenhum grande a disputar o jogo, mandam os da casa. Às tantas era capaz de ter piada perceber como é que funciona o sistema de ascensão dos árbitros… sempre foi assim, sempre será assim. O VAR só prolonga a discussão que é a de sempre: ambiente de guerra civil (o vizinho do quinto andar- sérvio – lembra-se que o do quarto andar – croata – sujou o elevador há dez anos atrás, tudo para sustentar que croatas não podiam viver com sérvios no mesmo espaço. Este tipo de antagonismo manteve parte da guerra na antiga Jugoslávia), que será menos mau no desporto do que com armas. Tudo porque as pessoas que não se lembram da data de aniversário dos pais e dos filhos e não sabem nada do que se passou no Mundo há dois meses, não se esquecem de um penalty que o árbitro não marcou num Benfica – Porto de há vinte anos. Voltaremos a falar.

Fernando Proença

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