Banhistas continuam a ignorar avisos um ano depois da morte de cinco pessoas

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Apesar de há um ano terem morrido cinco pessoas na derrocada de uma arriba na praia Maria Luísa, em Albufeira, há banhistas que teimam em ignorar os avisos, queixando-se de que os sinais são pouco explícitos.

Na sequência do acidente entrou recentemente em vigor uma lei que prevê a aplicação de multas a banhistas que estejam em áreas de risco ou destruam sinais e barreiras de proteção, mas os maus hábitos parecem manter-se.

Em ambos os acessos à praia Maria Luísa foram colocadas placas com textos em português e inglês a alertar para o perigo de desmoronamento, ao que acrescem triângulos de aviso na própria arriba em risco, constatou a agência Lusa no local.

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Contudo, alguns banhistas continuam a preferir a sombra das arribas, ignorando os avisos, como é o caso da família de Fátima, turista espanhola a passar férias na zona de Albufeira com outro casal amigo.

Mostrando-se surpreendida com a informação de que um acidente tinha vitimado cinco pessoas naquele preciso local no ano passado, a turista queixou-se à Lusa de haver pouca informação, defendendo que a zona deveria ser vedada.

“Vimos o cartaz [a alertar para o perigo de derrocada] ao chegar mas não me parece que as medidas de proteção sejam convenientes”, diz aquela sevilhana, defendendo que devia haver cartazes mais explícitos e barreiras de proteção naqueles locais.

“Devia haver cartazes que orientassem melhor as pessoas e que pudessem ser vistos ao longe”, diz, alertando para o facto de a zona pode ser acedida livremente por qualquer adulto ou criança.

“Nós por exemplo conseguimos aceder”, exemplifica, alertando para o perigo que correm as crianças que não estão atentas aos sinais e que num “descuido” dos pais podem facilmente ir para aquelas áreas.

Já os nadadores-salvadores daquela concessão afirmam estar “cansados” de avisar as pessoas para os perigos que correm, embora sem sucesso, já que os banhistas além de ignorar os avisos ainda os “ofendem”.

“Ninguém respeita nada, as pessoas parece que gostam do perigo”, desabafa um dos nadadores-salvadores que presenciou a tragédia que há um ano se abateu sobre aquela praia do concelho de Albufeira.

Quanto às multas, aquele responsável é perentório em afirmar que “não servem de nada” e que, mesmo que houvesse barreiras de proteção, as pessoas “iam para lá na mesma”, que é o que já acontece noutras praias.

Desde o final de julho que os banhistas que estiverem em zonas interditadas ou que passem barreiras de proteção junto a arribas podem ser multados entre 10 e 50 euros, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República.

O mesmo diploma prevê multas mais pesadas para quem destruir, remover ou danificar estruturas de sinalização ou de proteção, que vão desde 200 a 750 euros para singulares e 1000 a 2000 euros para pessoas coletivas.

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