CDS acusa PS de se julgar “dono das televisões e dos debates”

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Paulo Portas está fora dos debates pré-eleitorais entre os líderes partidários, e não gostou. Por causa da coligação com o PSD, o presidente do CDS não entra no debate final, que será a quatro (Passos Coelho, António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins) mas, quando ainda se afinam os frente a frente nos canais de cabo, os centristas continuam a pressionar para que o seu líder possa entrar nos confrontos bilaterais com o PS, o PCP e o BE.

Depois de duas semanas de braço-de-ferro em que a principal resistência à participação de Portas veio dos socialistas, fonte da direção centrista não poupa nas acusações: “É absolutamente surpreendente que o PS, no espaço de poucas semanas, passe de uma posição em que jurava aceitar o critério editorial das televisões para efeitos de debates, para a posição oposta, que é a de querer interferir na decisão editorial das televisões. Estas propuseram – como á aliás tradicional – um conjunto de frente a frente entre os líderes do PSD, PS, CDS, PCP e BE. Nós aceitámos essa proposta, mas o PS não faz outra coisa senão fugir desses frente a frente que permitem confrontar democraticamente várias opiniões. O respeito do PS pela liberdade editorial não passou a prova dos factos: acham-se donos das televisões e dos debates”, lê-se num comunicado do partido que remete as declarações para “fonte da direção”.

“É no mínimo anómalo que o PS critique o CDS e o seu líder dia sim dia sim, e depois recuse debater democraticamente com ele”, diz a mesma fonte da direção dos centristas. “No fundo, o PS ataca o CDS mas tem um qualquer receio de debater com o CDS os factos e os argumentos. Em bom português, a posição do PS de recusar debates com o líder do CDS é toca e foge: ataques a solo, sim; confronto direto e cara a cara, nem pensar. De que tem medo o PS?”, questiona a mesma fonte.

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Os centristas veem “uma deriva de controleiros nesta relação do PS com a comunicação social”, além de uma “deriva de arrogância na relação do PS com os adversários políticos”.

“O que o PS diz não se escreve”

Recordando palavras de António Costa, que em tempos, numa entrevista, criticou o atual modelo dos debates quinzenais, a mesma fonte considera que “a recusa do PS em aceitar os debates propostos pelas televisões é preocupantemente parecida com a vontade do líder do PS de acabar com os debates quinzenais na Assembleia da República. Em ambos os casos é uma visão monocórdica da democracia que está em causa”.

E não fica por aqui o cotejo entre o que o PS disse no passado e faz agora. Os centristas lembram as declarações do deputado socialista Jorge Lacão, quando estava em debate as regras para os debates e a cobertura mediática das eleições: “O princípio é o da liberdade editorial e é de acordo com a liberdade editorial que os órgãos de comunicação social estabelecerão os debates que, em seu critério, fazem sentido”, disse então Lacão. “Pelos vistos, o que o PS diz não se escreve, porque a atitude do PS tem sido a de recusar ou condicionar os debates propostos pelas televisões”, conclui o CDS.

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