CDS preocupado com assaltos na Estação Piloto de Piscicultura em Olhão

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Teresa Caeiro (CDS-PP)

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Os deputados do CDS Teresa Caeiro, eleita por Faro, Patrícia Fonseca, Ilda Araújo Novo e Hélder Amaral questionaram a ministra do Mar sobre uma sequência de roubos que têm vindo a acontecer na Estação Piloto de Piscicultura em Olhão (EPPO).

Os deputados querem saber que medidas tem a tutela tomado para prevenir futuros assaltos que “prejudicam gravemente” o investimento de alguns milhões na EPPO, bem como toda a investigação que ali tem lugar e, ainda, se tem havido boa articulação com o Ministério da Defesa Nacional, nomeadamente através da Capitania do Porto de Olhão e da Polícia Marítima.

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Os constantes roubos de que a EPPO é alvo, inviabilizam anos de pesquisa científica, além de que o peixe roubado está marcado com um ‘chip’ que o identifica e é impróprio para consumo humano.

De acordo com o Capitão do Porto de Olhão e Comandante local da Polícia Marítima, tem havido uma ligação muito estreita daquela autoridade com a direção da EPPO, uma vez que os assaltantes muitas vezes acedem à Estação através da Ria Formosa, chegando a provocar danos na vedação.

Segundo os responsáveis da EPPO, os assaltantes usam métodos arcaicos, atacando os peixes com forquilhas de pesca à fisga, que arremessam com violência aos peixes indefesos, tratando-se muitas vezes de animais reprodutores que levaram anos a ser selecionados, em vários pontos do país, e levaram, também, muito tempo a adaptarem-se às condições de cativeiro.

São exemplares com grande valor para os trabalhos científicos de investigação em aquacultura, quer presentes, quer futuros, e substituí-los é um processo demorado.

Além disso, não raro, alguns dos animais que ficam acabam por morrer dentro do tanque, feridos, e os que sobrevivem ficam de tal modos assustados que não põem ovos, por causa do stresse, perdendo-se a época de postura.

A EPPO é uma estrutura multidisciplinar, inaugurada em 2001, que no total alberga 2.300 metros quadrados de área coberta para peixes e laboratórios, e totaliza sete hectares, contando com os tanques externos e estrutura ‘offshore’ ao largo da ilha da Armona para ensaios de cultivo de peixes em mar aberto.

Na EPPO realizam-se ensaios de reprodução, desenvolvimento larvar e engorda de diversas espécies, com especial ênfase para a dourada e robalo, bem como para novas espécies tais como o sargo, o mero, o linguado e a corvina. São ainda realizados estudos ao nível da fisiologia, da nutrição, da patologia e ensaios de engorda de peixes em policultivo de várias espécies e em sistemas multitróficos (peixes e ostras).

A EPPO desempenha um importante papel quer na formação profissional quer na formação académica, acolhendo regularmente estudantes de estabelecimentos de ensino nacionais e internacionais, publicando com frequência estudos e manuais técnicos e dando formação e organizando ‘workshops’, ao mesmo tempo que tem procurado uma boa articulação com os diferentes atores envolvidos no desenvolvimento da aquacultura, nomeadamente as entidades públicas e o sector produtivo com o objetivo de oferecer uma efetiva colaboração.

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