O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo exigiu hoje ao Governo que esclareça porque está disposto a privatizar o BPN por “menos de 10 por cento do valor do custo da nacionalização”, questionando se quem assumir o banco assumirá essa “dívida”.
“A primeira dúvida que fica e esclarecimento que o Governo tem que dar é se quem vai assumir o BPN na privatização, assumirá o compromisso, a obrigação, como é normal quando se adquire uma empresa, de pagar aquilo que é esta dívida do BPN”, afirmou Nuno Melo à Lusa.
Nuno Melo sublinhou que Governo anuncia estar disposto a privatizar o BPN por uma oferta de 180 milhões de euros, sendo que “o custo assumido pelo Estado de nacionalização do BPN está em 2500 milhões de euros”.
“A perplexidade está no facto de se nacionalizar por 2500 milhões de euros e se privatizar agora por menos de 10 por cento desse valor”, frisou.
Por outro lado, Nuno Melo referiu que se “o Governo afirma que vai dividir por três empresas aquilo que são os chamados ativos tóxicos do BPN, isso significa que o Estado já contabilizou o valor da fraude do BPN”.
O eurodeputado democrata cristão sublinhou a importância do apuramento desse valor para quem responda pelo que no BPN “é um caso de polícia”.
De acordo com o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, que anunciou os moldes da reprivatização do Banco Português de Negócios (BPN) no Conselho de Ministros de hoje, o Estado prevê que o processo esteja concluído até dezembro.
O governante disse que o processo vai agora avançar, uma vez que já está definido o perímetro da venda – apenas os ativos da banca de retalho -, e que o Governo aceitará propostas durante os 45 dias que se seguirão à publicação das condições da operação em Diário da República.
Assim, o Executivo espera ter concluída a privatização do BPN até ao final do ano, contando com um encaixe de, no mínimo, 180 milhões de euros.
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