Centro de alojamento para pessoas em emergência social inaugurado em Faro

O centro, situado num edifício que estava devoluto e foi cedido pelo Ministério da Agricultura, em Braciais (Patacão), na periferia de Faro, vai permitir acolher pessoas e famílias “em situação desprotegida”, afetadas por casos de precariedade e desestruturação, nomeadamente sem-abrigo, desemprego, violência doméstica ou desalojamento

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Um centro de alojamento de emergência social para pessoas em situação de precariedade, foi inaugurado esta quarta-feira, em Faro. A infraestrutura, já com seis vagas ocupadas, quer ser “um modelo a nível nacional”, disse o presidente da entidade responsável pelo projeto.

“Queremos tornar isto uma referência nacional, dar os melhores dados possíveis e mostrar que isto é fundamental. Que não é apenas um projeto-piloto, mas uma necessidade da sociedade portuguesa. Que se venha a espalhar em todo o território português e cada distrito tenha um centro de alojamento de emergência social. Esta deve ser uma resposta obrigatória”, afirmou Fábio Simão, presidente do Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS).

O centro, situado num edifício que estava devoluto e foi cedido pelo Ministério da Agricultura, em Braciais (Patacão), na periferia de Faro, vai permitir acolher pessoas e famílias “em situação desprotegida”, afetadas por casos de precariedade e desestruturação, nomeadamente sem-abrigo, desemprego, violência doméstica ou desalojamento.

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Este equipamento social, inaugurado oficialmente esta quarta-feira, mas aberto desde 01 de setembro, conta com um total de 46 camas, mas, para já, só estarão a funcionar 30, no âmbito de protocolos com Segurança Social (25 camas) e com o município de Faro (cinco), integrando também refeitório, cozinha, lavandaria, balneários, gabinetes técnicos e de enfermagem e uma sala para formação profissional.

Créditos: Reprodução Facebook Ana Mendes Godinho

“Já tivemos oito pessoas, em casos de emergência. Duas pessoas em regime transitório, que já saíram, e outras seis, que passaram para o alojamento temporário de três meses, que poderá ser renovado por mais três meses”, referiu Fábio Simão.

O MAPS pretende “estabilizar a vida” das pessoas que recebe no centro e contribuir para a sua reinserção na sociedade, “ouvindo cada pessoa, tentando compreender a sua história e tentando ajudar na sua vontade e no que pretende vir a fazer a seguir”.

“Temos aqui pessoas que, por algum motivo, ficaram desprotegidas. O projeto age no imediato: temos aqui pessoas que dormiram apenas uma noite na rua, ou dois dias no carro. Trazer uma pessoa e dar-lhe uma oportunidade para ter um espaço para se reconstruir é uma oportunidade única e que evita danos piores no futuro”, sublinhou o presidente da instituição de solidariedade social sediada em Faro.

A requalificação do edifício foi realizada nos últimos dois anos, custou cerca de 600 mil euros – com apoio do município (180 mil euros) e restante verba garantida pelo MAPS, incluindo um empréstimo bancário de 310 mil euros – e grande parte do material foi doado por várias empresas e hotéis, além de particulares.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, presente na inauguração oficial do centro de alojamento de emergência social, elogiou o “exemplo” do Algarve pela “estratégia articulada” entre Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, autarquias, Segurança Social e setor social.

“É uma rede de resposta social integrada. Garante que a resposta não é desenhada em função de nenhuma das autarquias, mas sim da região, e permite a capacidade de gestão a respostas de emergência”, frisou a governante.

Além de outro centro situado em Braga, este é o segundo projeto-piloto lançado em articulação com a Linha 144 – Linha Nacional de Emergência Social.

“Com este centro, garante-se que, quando é contactada, a Linha tem capacidade de estar a trabalhar com esta rede para ter logo resposta de alojamento em situações críticas de pessoas”, acrescentou a ministra.

Ana Mendes Godinho recordou ainda que está aberto o aviso para projetos a integrar na Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário (BNAUT), no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Precisamos de edifícios que venham para este aviso e de entidades dispostas a este serviço de coletividade. (…) Queremos imóveis que até podem estar sem uso, mas podem ser reconvertidos para respostas sociais em parceria entre administração central, administração local e setor social”, afirmou.

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