A CGTP desistiu de fazer o protesto, marcado para sábado, a pé sobre a Ponte 25 de Abril para não colocar em risco os manifestantes, disse ao Expresso fonte da central sindical.
Apesar de considerar que se trata de uma questão política, a organização preferiu acautelar-se. “Somos conhecidos por ser uma organização pacífica e ordeira, nunca íamos levar manifestantes para um sítio que nos dizem que não é seguro”, explicou.
Em alternativa, a CGTP decidiu de convocar uma concentração em Alcântara e passar a ponte de autocarro. A decisão foi tomada quarta-feira numa reunião da comissão executiva da Intersindical, em que se criticou fortemente a atitude do Governo.
“É, assim, que numa decisão ilegítima, prepotente, arbitrária e antidemocrática e, uma vez mais, em confronto com direitos, liberdades e garantias constitucionais, o Governo anuncia a interdição dos acessos e tabuleiro da Ponte 25 de Abril para a realização da marcha de Lisboa”, afirmou a Inter em comunicado após a reunião.
A Administração Interna emitiu, na semana passada, um parecer negativo à manifestação, alegando que não estavam reunidas as condições de segurança. O ministério de Miguel Macedo propôs a Ponte Vasco da Gama, uma alternativa recusada pela CGTP por ser demasiado longe do destino final.
O líder da CGTP Arménio Carlos defendeu, na altura, que se tratava de um veto político, já que foram autorizadas 20 maratonas na Ponte sobre o Tejo. A CGTP ainda quis reunir com as câmaras, forças de segurança e tutela, mas, diz, nunca obteve resposta.
Perante a decisão do MAI, Miguel Macedo desafiou a CGTP a recorrer aos tribunais para que a proibição fosse considerada ilegítima.
Carolina Reis (Rede Expresso)
