Contribuintes, vocês são o elo mais fraco

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Como é que a banca chegou ao atual estado? Porque é que os bancos ganham e os contribuintes são sempre o elo mais fraco? O que diferencia os casos do BPN, BPP ou BES? E o que se pode esperar do sector no futuro? Estas são algumas das questões que o livro “Banco Bom, Banco Mau”, da autoria de Rute Sousa Vasco, procura dar respostas. O livro chega esta quarta-feira às livrarias e apresenta uma análise detalhada sobre a evolução da banca.

“Não sou especialista na área financeira e faço questão de dizer isso no prefácio. Sou jornalista de economia e não queria repetir o processo que está a ser muito bem feito por colegas da área. Estou mais interessada na forma como nós, enquanto sociedade, vamos assumindo decisões e comportamentos. Interessava-me olhar para a banca de forma diferente para perceber as razões profundas sobre as coisas que correram mal nos bancos”, explica ao Expresso Rute Sousa Vasco.

Segundo a autora, ao contrário do que o título poderá indicar, o livro não se limita a relatar a história do BES ou a distinguir os termos banco bom e banco mau, mas a explicar a raiz dos problemas do sector, nomeadamente, quando os bancos deixaram de financiar a economia e passaram “a funcionar em torno de em si mesmos”, tendo como único objetivo o lucro.

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“O BES é apenas um longo capítulo desta longa história da evolução da banca nos últimos 30 anos, que teve um desfecho dramático, e que explico neste livro. Com as sucessivas injeções no BPN, já tinhamos percebido que nos tornámos todos acionistas do banco, mas foi com o BES – uma instituição tão presente na sociedade portuguesa e com mais de 100 anos de história – que entendemos realmente o que era o risco sistémico tão invocado pelos políticos”, acrescenta.

Rute Sousa Vasco sublinha que hoje em dia não há dúvida de que o preço dos erros cometidos na banca são pagos por todos os contribuintes. Ora, como os banqueiros não são eleitos, temos que escolher políticos que privilegiem leis que que estejam ao serviço do interesse da sociedade e não de determinados grupos.

A autora diz ainda olhar o futuro da banca com um “otismo prudente”, esperando que estes problemas permitam virar a página, evitando a repetição dos erros do passado : “Estou mais otimista em relação ao futuro no sector não só por razões éticas , mas por exigências do mercado”, conclui.

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