A região do Algarve tem 6 mil testes para o despiste do COVID-19 para toda a rede de lares de idosos, num programa preventivo que tem como objetivo detetar atempadamente e isolar casos positivos nesses locais, anunciou o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC).
A recolha teve começou na terça-feira e vai “garantir que todos os idosos e funcionários dos mais de 90 lares algarvios sejam testados”, afirmou uma das responsáveis do ABC, Isabel Palmeirim, citada pela agência Lusa.
O centro vai garantir ainda a produção dos reagentes necessários, das zaragatoas em parceria com uma empresa algarvia, a recolha das amostras e a realização dos testes laboratoriais.
“Vamos começar pelos funcionários, porque são quem faz a ligação entre a rua e o lar e pelos utentes que apresentem sintomatologia ou que façam terapêuticas que os tornem especialmente vulneráveis”, explicou.
A realização de todos os testes nos lares de idosos deve demorar “umas quatro semanas” e “poderá haver a necessidade de repetir os testes a alguns utentes”, referiu a professora universitária, à margem de uma visita de membros do Governo às instalações do centro na Universidade do Algarve.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, revelou que o programa de realização de testes aos lares pretende “detetar e isolar situações positivas para ajudar à organização dos lares e para evitar propagação da doença naqueles locais, numa população que sabemos ser de alto risco”.
Ana Mendes Godinho reforçou ainda que só foi possível criar este programa “em tempo recorde graças a uma colaboração extraordinária” entre a academia, a Segurança Social, as autarquias, a proteção civil municipal e as autoridades de saúde.
O Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve iniciou hoje a realização de análises para o diagnóstico de COVID-19, podendo realizar 40 por dia, numa primeira fase.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, visitaram hoje os laboratórios do CBMR e ABC, o call center da Linha SNS24 em Faro e o centro de colheitas criado no Estádio Algarve.
Em conferência de imprensa, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, revelou que o Governo “teve de montar uma operação logística muito complexa” para garantir que o material de proteção e os reagentes “pudesse chegar a Portugal”.
“Foi necessário identificar os produtos em mercados que habitualmente não são os nossos mercados de compra e conseguir que os produtores entregassem os materiais necessários à porta da fábrica e, a partir daí, transportá-los para Portugal, já que muitas das cargas feitas pelos circuitos habituais ficam retidas em várias pontos do globo”, revelou.
A secretária de Estado informou que chegará mais um avião com material “amanhã e na sexta-feira e outro no fim de semana”.
