A Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) criticou esta semana a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), acusando o Governo de não trazer “nada novo” nem responder “às preocupações” das micro, pequenas e médias empresas com aquele documento, disse Jorge Pisco, presidente da CPPME.
“A proposta de OE2024 apresentada pelo Governo não elimina as discriminações negativas e mantém os obstáculos à sustentabilidade económica e à rentabilidade das micro, pequenas e médias empresas (MPME), isto é, continua a adiar o futuro de Portugal”, destaca a nota.
Segundo aquela Confederação, as MPME necessitam “urgente e fundamentalmente de perspetivas de evolução” no que respeita às suas receitas, “previsibilidade e controlo nos custos” e de uma “máquina administrativa e fiscal desburocratizada, célere e eficaz”, enumera.
De acordo com o documento, enviado às redações, a proposta de OE2024 “mantém a diminuição acentuada do poder de compra das famílias, a consequente contração do mercado e diminuição do potencial de rendimento das MPME (…) não têm reflexo nas MPME”, afirma.
A CPPME atenta ainda que “os custos de contexto permanecem em alta, as subidas das taxas de juros, com a manutenção de exageradas comissões e spreads bancários que agravam dramaticamente a perspetiva de viabilidade económica das MPME”.
Defendendo que o agravamento do cenário macroeconómico “não é uma perspetiva”, mas sim “uma certeza”, aquela entidade refere ainda que “as medidas com algum impacto positivo apenas se refletem nos grandes grupos económicos e nos grandes consumidores energéticos”.
“Esta proposta de Orçamento de Estado para 2024 nada traz de novo que ajude as MPME a enfrentar a crise, condenando a economia nacional à estagnação e à falência de empresas e empresários”, lamenta.