Crise da dívida: juros de Portugal, Grécia e Espanha sobem

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Os juros dos títulos soberanos dos três países subiram em vários prazos no mercado secundário. O prémio de risco subiu. Corrida aos títulos alemães provoca descida significativa nos juros dos Bunds

Portugal, Grécia e Espanha foram esta segunda-feira no mercado secundário da dívida exceções no comportamento das yields (juros) dos títulos soberanos dos países “periféricos” e do “centro” da zona euro, segundo dados da Bloomberg para o fecho deste mercado.

Os juros dos títulos gregos subiram nos prazos a 2, a 5 e a 10 anos. No caso das obrigações do Tesouro português (OT), os juros subiram nos prazos a 2, a 5, a 6 (maturidade média da dívida portuguesa) e a 10 anos. E no caso das obrigações espanholas, subiram nas maturidades a 3, a 5 e a 10 anos.

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Só juros a 3 anos das OT escaparam

Os juros das OT subiram de 15,82% para 16,47% no prazo a 2 anos entre o fecho de sexta-feira e o fecho de hoje; de 17,51% para 17,93% no prazo a 5 anos; de 17,43% para 17,88% no prazo a 6 anos; e de 13,42% para 13,65% no prazo a 10 anos. Os juros das OT a 3 anos desceram de 18,18% para 17,52% no mesmo período.

A distância entre os juros dos títulos irlandeses e das OT continua a ser colossal: 4,58% contra 16,47% no prazo a 2 anos; 5,26% contra 17,52% no prazo a 3 anos; 5,74% contra 17,93% no prazo a 5 anos. Os títulos irlandeses a 10 anos não estão a ser negociados desde o ano passado.

Em virtude daquela subida nos três casos e de uma descida muito significativa nos juros dos Bunds (títulos alemães), o prémio de risco (spread) subiu para as dívidas grega, portuguesa e espanhola. O prémio de risco para a dívida portuguesa fechou em 11,76 pontos percentuais, uma subida de 2,3% em relação a sexta-feira.

O adiamento do fecho das negociações em Atenas com a troika e com os credores privados da dívida grega provocou uma corrida aos Bunds (os títulos alemães considerados seguros) e uma consequente descida muito significativa dos juros, cuja quebra foi de 12,3% no prazo a 2 anos (cujos juros fecharam em 0,18%), 8,6% no prazo a 3 anos (cujos juros fecharam em 0,37%), 5,4% no prazo a 5 anos (cujos juros fecharam em 0,83%), e 2,4% no prazo a 10 anos (cujos juros fecharam em 1,88%).

Países mais “sensíveis” ao contágio grego

Os dois países mais “sensíveis” ao impacto grego foram, hoje, Portugal e Espanha, segundo o comportamento dos investidores no mercado secundário.

Os juros para as dívidas irlandesa, italiana, belga, francesa, austríaca e húngara estiveram hoje em baixa em todas os prazos dos títulos. No caso italiano, os juros desceram para 5,62% no prazo a 10 anos, bem abaixo já do limiar crítico dos 7%. A distância, em termos de juros, encurtou-se entre Espanha e Itália.

JA/Rede Expresso
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