CRÓNICA DE FARO

Clube Farense, 150 anos em prol da cidade e do Algarve

Mais de um século e meio que o prestigiado Clube Farense, instalado desde há muitas décadas no mediático Palácio Pantoja (então “o maior salão de baile da cidade”), em plena rua de Santo António, “Gran Via” ou “Calle Mayor”, como designariam “nuestros hermanos”, verdadeira capital, desta capital sulina, tem vindo a construir num historial que é referência assinalada na vida associativa do Algarve e do País.

Com efeito foi a 8 de Dezembro de 1863 que “por iniciativa de um grupo de cavalheiros da melhor sociedade farense” se constituiu “um espaço de convivência – onde todos se sentissem bem, onde se jogasse, conversasse, lesse, se dessem festas e bailes para divertimento das famílias dos sócios”, a que acrescentamos, a opinião expressa e autêntica de ser “um complemento às festas e récitas que ocorriam, desde 1845 e de acordo com o belo ideário de “Monet Obleando”, nesse que ainda é hoje uma das referências maiores do património edificado, o Teatro Lethes.

Foram 79 os sócios fundadores do Clube Farense, de que recordamos, num preito de homenagem mais que merecida, o primeiro presidente eleito da direcção, Ventura José Coelho de Carvalho (que presidiu ao Município, importante proprietário e principal armador da pesca do atum, então um dos esteios da economia regional) e ainda, entre outros “referentes” da dita “melhor sociedade farense” – António Pereira de Matos (agente do Banco de Portugal), o Padre – Mestre José da Cruz Vivas, José Xavier Bento, Vicente Baptista Pires, etc., pioneiros daqueles mais de 3 mil sócios que desde 1863 se inscreveram no, até aos nossos dias, no aristocrático e elitista, durante muitos anos, Clube Farense.

Porque, durante décadas, não era qualquer cronista, como o signatário, pela sua condição social, que não por valores de honradez e dignidade, a quem era permitido cruzar as portas e escadarias imponentes do “Palácio Pantoja”, situação que conhecia excepções muito restritas em épocas como os “bailes da quadra carnavalesca”, havendo muito boa e numerosa gente, na qual nos incluímos que se mascarava “expressamente” para conhecer o Clube Farense ou nos casos dos bailes de fim de curso do Liceu João de Deus (hoje Escola Secundária do mesmo nome) ou da extinta Escola do Magistério Primário de Faro ou em eventos especiais, casos da vinda das equipas de futebol da Académica de Coimbra, do seu Orfeão ou quejandos.

Muitas foram as grande realizações promovidas pela centenária colectividade, ao longo destes mais de 150 anos desta “Instituição de Utilidade Pública”, merecido reconhecimento governamental datada de 1983, sendo Primeiro-Ministro o Dr. Pinto Balsemão, entre as quais incluímos os “I Jogos Florais do Sul” ou o “Curso da História da Música”, que o conceituado Maestro António Vitorino de Almeida leccionou em 1993 e no ano seguinte.

A primeira sede do “Clube Farense”, ao que rezam as crónicas, para além do arranque nas arcadas da Misericórdia, foi um prédio, demolido no cruzamento das ruas Ivens/D. Francisco Gomes de Avelar. Ao homenagearmos todos os que consolidaram realidade esta agreminação lembramos os presidentes Raul de Bivar Wenholtz, José Francisco dos Santos e Arq.

João Leal

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