Crónica de Faro: A “Feira” está de volta!

Boas notícias, a preencher algo de vazio quanto a um futuro melhor, com o anúncio de que a multissecular «Feira de Santa Iria», voltará a acontecer, após a suspensão do ano passado, por via da pandemia do coronavírus 19, que felizmente, parece, estar a dar tréguas.


Conforme o referiu a Câmara Municipal de Faro, acontecerá no Largo de São Francisco entre 15 e 24 de Outubro, numa organização confiada à Ambifaro, com algumas condicionantes por via deste estado sanitário que ainda nos afecta e que se deseja conheça a mais voluntária e decidida colaboração de todos.

É o mais importante do seu género entre quantos ocorrem no chamado ciclo das «Feiras Outonais no Algarve», que se iniciava com a «Feira de São Miguel», em Olhão (28 e 29 de Setembro), tinha a sua explosão de negócios com a «Feira da Praia», em Vila Real de Santo António (12 e 13 de Outubro) e prosseguia terra sulina em fora, até meados de Novembro, em Lagos.


Instituída no distante ano de 1596, dominava em Portugal a dinastia espanhola dos Filipes, quando a «Feira de Santa Iria», assim chamada por ser na tradição o «Dia Principal» a 20 de Outubro dedicada a esta mártir da Igreja Católica.

Amplo historial da mesma é-nos partilhado no livro da autoria do Dr. Libertário dos Santos Viegas «A Feira de Santa Iria» e editado pelo Município.


Tempo de feira transporta-nos um incomensurável universo de lembranças que vão das diversões (carroceis e pistas), dos circos (desde os históricos Lufthman, Cardinali e Royal) ao Poço da Morte (com uma lembrança própria e afectiva para o ciclicta José Martins – o «Vila Real»), às marionetas («Carolina da Ponta da Unha) e Robertos, às farturas, pêros de Monchique, sorrebecos e tecidos, ourivesaria, as varas e material para a lavoura, os sapatos (as botas de atanado), os «carros de choque», as quinquilharias, com menção própria para os brinquedos do «Tio Roseta», os fumos das castanhas e do polvo assado e tudo o mais. Estendia-se então a «Feira» desde o «Largo das Freiras», ao Largo de São Francisco (sua sede – capital), ao «Largo D. Marcelino Franco e com lembranças e apoios próprios como acontecia com a monumental «Adega/Casa de Pasto Rolim», encostada às muralhas frente ao Palacete Belmarço.


Quem não tem nas suas felizes lembranças o «tempo da Feira»? Ela aí está de novo e que volte em bem e por bem…

João Leal

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