CRÓNICA DE FARO: Carência de monumentos

A cidade, capital sulina, tem uma notória carência de monumentos, de relevante valia artística. Não obstante a existência de uma dezena de estátuas, o que à partida poderia anular, por razoável quantidade, estas, salvo raras exceções, não atingem grandes expressões de qualidade artística ou monumental ou o sejam de modo a captar as atenções.

Por outro lado existem dívidas de gratidão da cidade para com figuras históricas ou referências que bem podiam motivar o erguer de obras de arte que dignificassem e valorizassem os vários e amplos espaços citadinos.

Três monumentos, quanto a nós, se evadem desta referência. São elas o obelisco em memória do Almirante Ferreira de Almeida, junto á doca, obra do austríaco Adolfo Hausmann (professor da Escola Industrial Pedro Nunes); o erigido em honra de D. Afonso III, escultura de António Duarte, situado na praça do mesmo nome e frente ao Convento das Freiras e, inaugurado a quando das Comemorações Centenárias de 1940, no Largo da Sé, o homenageando o grande Bispo que foi D. Francisco Gomes do Avelar. De resto e respeitando as justas razões que levaram à sua ereção, não obstante alguns bustos o serem de grande mérito artístico, como acontece com a estátua de João de Deus, onde se revela todo o mérito de grande artista, que foi Mestre Tomás Ramos, com oficina na Rua Miguel Bombarda, figuram nos topos de casos dos monumentos honrando as memórias dignas e valorosas de Dr. Ferreira de Almeida (Jardim da Alagoa), Coronel Rodrigo Aboim Ascensão (Largo de São Sebastião), pintor Carlos Lyster Franco (praceta homónima), escritor Assis Esperança (Jardim de São Pedro) e Dr. Silva Nobre (largo de idêntica denominação), obra do artista farense Sidónio de Almeida. Fogem a esta generalidade de «formas e modos»: «Os adoradores do Sol» (rotunda do Aeroporto) e aos Militares, no Largo de São Francisco. Faro tem memórias para cumprir: não existe qualquer monumento nem nos topónimos locais a D. João III, o monarca que em 7 de Setembro de 1554 elevou a então Vila a Cidade; a Samuel Gacon, o tipógrafo farense que fez imprimir o primeiro livro em Portugal e prometido desde há anos e o cumprir do concurso que, realizado a quando do centenário dos Bombeiros Municipais pela Autarquia e ganho pelo saudoso arquiteto Francisco Paixão Costa, deveria ser levantado na Rotunda da Penha e ainda o perpetuar para sempre a memória da arrojada Brites de Almeida, a histórica «Padeira de Aljubarrota».

João Leal

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