CRÓNICA DE FARO: Habitação social precisa-se

Um dos problemas maiores, daqueles que, por razões várias, sobreleva muitos outros e que a capital algarvia enfrenta é o da inexistência de habitações para alugar a preços compatíveis com o nível económico atual da grande maioria da população interessada sejam rejam residentes na região ou sendo para a mesma deslocada.
A questão remonta a alguns anos, não obstante o surto de construção civil que se desenvolveu, criando, inclusive novas zonas residenciais e galgando vastas áreas que o foram até então arrabaldes, devido à crise verificada no sector, à procura de ser maior do que a oferta (a fixação de famílias ou cidadãos isolados por motivos profissionais – aeroporto e turismo, centro hospitalar universitário e entidades privadas da atividade, etc.) e a também, aqui residindo um dos cernes do problema ao não investimento das entidades públicas.
Conhecemos a gravidade económica que o Município enfrentou nos últimos tempos, com a nau da gestão autárquica a navegar em águas menos agitadas, para que o que foi preciso uma determinação, empenho e atuação, dignas de notório apreço. Mas é urgentemente preciso que a Câmara Municipal de Faro retome o seu papel nesta área e volte ao problema da habitação social, hoje votada a uma camada de cidadãos muito mais ampla, já que pensamos apenas nos pobres mesmo pobres, mas aquela outra que foi a mais atingida finaceiramente, vivendo uma “pobreza envergonhada” e que era designada por classe média.
Os índices vindos a público, de modo próprio pelos órgãos de comunicação especializados em questões económicas definem bem o custo da habitação em Faro e dos aumentos verificados, com base também no desvio para outros fins, como acontece com os hostels e outras funções, bem mais rendosas do que alugar para viver.
A Atalaia, a Carreira de Tiro, os blocos habitacionais da Avenida Calouste Gulbenkian, são apenas testemunhos de um política social de habitação desenvolvida pelo Município e Cooperativas, que realizaram uma acção notável e que está a olhos vistos. É preciso que se construa em Faro para aqueles e tantos milhares hoje somos que travam no quotidiano a batalha do sobreviver com baixos créditos.

 

João Leal

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