O Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos, anunciou esta quinta-feira que pretende renunciar ao seu papel político para deixar o posto a um novo dirigente “livremente eleito”.
“O meu desejo de transmitir a autoridade não tem nada a ver com uma vontade de renunciar às responsabilidades”, declarou o Dalai Lama, durante um discurso em Dharamsala, norte da Índia, onde vive exilado. “É pelo bem a longo prazo dos tibetanos. Não porque me sinta desanimado”, completou.
O líder dos tibetanos, de 75 anos, prémio Nobel da Paz, anunciou também que vai propor uma emenda que permita a renúncia das suas funções durante a próxima sessão do Parlamento tibetano, ainda em março. O Dalai Lama já havia mencionado várias vezes uma renúncia à função de chefe de Governo tibetano no exílio.
O Dalai Lama tinha 15 anos quando foi nomeado “chefe de Estado” em 1950, após a chegada das tropas chinesas ao Tibete. Em 1959 fugiu da China e refugiou-se em Dharamsala, após o fracasso de uma revolta contra Pequim.