Dezenas manifestam-se contra aumento do IUC em marcha lenta até Faro

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Dezenas de pessoas manifestaram-se no domingo, dia 5, na capital algarvia, contra o aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos anteriores a 2007, previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2024, num ‘buzinão’ convocado pelo movimento STOP IUC.

Junto ao Estádio Algarve, entre Loulé e Faro, concentraram-se ao início da tarde mais de uma centena de motociclos e viaturas, algumas com folhas coladas nos vidros em que se podia ler “O meu carro não encosta”, “Chaço é luxo”, “IUC tu queres sei eu” ou “Medina! Paga tu!”.

Entre os manifestantes – que prosseguiram depois em marcha lenta rumo à Doca de Faro – estava Daniel Mendes, de Quarteira, que tem três carros anteriores a 2007 o que representa, atualmente, o pagamento anual mais de 200 euros em IUC.

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“Os carros antigos não deviam pagar IUC, sequer”, atira, justificando que “já pagam mais impostos do que os outros” e que, antigamente, os carros com 25 anos não pagavam selo e o seguro era no máximo 50 euros.

Daniel Mendes lamenta que o Governo queira acabar “com tudo o que é antigo” e que a vida só corra bem aos políticos, mostrando-se descontente com o Governo de António Costa e afirmando estar ali protestar contra tudo o que corre mal no país.

Também Sandro Ferreira, um dos organizadores da marcha lenta, refere estar a protestar não só por causa do previsível aumento IUC, mas também por causa da crise na saúde, na educação e, em geral, “tudo o que se está a fazer” para prejudicar o país.

“Estão a destruir Portugal, a realidade é esta. Nós começamos pelo IUC mas há outras causas muito maiores”, afirmou, sublinhando que considera injustas “imensas medidas” tomadas por este Governo, porque “estão sempre a tirar aos mesmos”.

Sandro tem um carro de 1990 e outro de 2006, sendo que ambos “vão ser prejudicados com esta medida ridícula”, considerou, acrescentando que paga 45 euros de IUC por cada carro, embora não esteja certo de quanto vai passar a pagar.

“Eles [os políticos] é que fazem asneiras (…). O que está a acontecer no país é que nós estamos a ser constantemente e consecutivamente roubados por algo que não fizemos”, critica.

O primeiro-ministro anunciou no parlamento que em 2024 e 2025 haverá um travão que limita o aumento do IUC a um máximo a 25 euros, acusando a oposição de querer assustar os portugueses com o imposto.

Em causa está uma medida prevista no OE2024 que altera as regras de tributação, em sede de IUC, para os veículos da categoria A de matrícula anterior a 2007 e motociclos (categoria E), determinando que estes deixem de ser tributados apenas com base na cilindrada (como sucede atualmente), passando a ser considerada a componente ambiental.

O OE2024 foi já aprovado na generalidade, com votos a favor de PS e abstenções de PAN e Livre, e está a decorrer a discussão na especialidade, terminando a 14 de novembro o prazo para os partidos entregarem propostas de alteração ao documento do Governo.

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