A Diocese do Algarve revelou esta quinta-feira, dia 9 de março, que recebeu uma lista com dois nomes de sacerdotes, alegadamente abusadores sexuais, pelas mãos da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja em Portugal.
Segundo o comunicado, um dos nomes trata-se de um caso que a Diocese do Algarve teve conhecimento em outubro de 2021, que após uma investigação acabou por ser arquivado.
Já relativamente ao segundo nome, a Diocese do Algarve refere que “não corresponde a nenhum sacerdote incardinado” e “nem se encontra nos arquivos diocesanos alguma referência a seu respeito”.
Sobre este segundo nome, o Bispo do Algarve revela que já informou a comissão independente e fica a aguardar informações adicionais.
Para hoje está convocada uma assembleia geral com todo o clero da Diocese com o objetivo de “estudar medidas para prevenir a possibilidade de ocorrência de abusos no futuro, quer envolvendo menores, quer adultos vulneráveis, a partir da legislação civil e canónica em vigor”.
“Pretende-se alargar esta ação de formação a todos os agentes diocesanos de pastoral”, acrescenta.
Na sua mensagem Quaresmal, o Bispo do Algarve considera que “a recente publicação do relatório para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa pela Comissão Independente” é “um veemente apelo à conversão” e exige “coragem e decisão em conhecer a verdade”.
O Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, acrescenta ainda que “ninguém pode abafar ou ignorar este grito” que remete para “uma realidade inqualificável”.
Neste caso, a Igreja é chamada a “assumir a responsabilidade que essa verdade reclama” e o Bispo do Algarve defende a distribuição de informação e formação sobre o assunto, com o objetivo de criar uma “cultura do cuidado e da transparência” nas instituições diocesanas.
“Da mesma forma, todas as comunidades devem desenvolver uma nova sensibilidade de modo a prevenir e a denunciar situações que possam ocorrer na proteção e defesa das crianças, adolescentes e adultos vulneráveis”, acrescenta.
D. Manuel Quintas deixa o apelo de manter a esperança e de cultivo de um sentido cristão de acolhimento total às vítimas, além de “caridade e acompanhamento em relação aos abusadores”.