Horácio Guerreiro, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) desde 2020 apresentou a demissão ao cargo numa carta enviada ao ministro da Saúde no final de junho, com conhecimento do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, foi hoje anunciado.
Ao que se sabe, o médico entende que o bloco de partos de Portimão deve permanecer fechado em alguns fins de semana para “poupar” o Hospital de Faro, onde também “não estão garantidas as escalas de urgência de ginecologia e obstetrícia”, e gerir recursos. Já a direção do SNS pretende manter o bloco de partos que serve o barlavento algarvio “sempre” de portas abertas.
Em declarações à RTP, Horário Guerreiro diz que “não se pode dizer que é uma grande divergência. É uma questão operacional e até uma questão médico-legal e de responsabilidade minha, uma responsabilidade pessoal”, refere.
“Houve alguma interferência que me limitou na minha ação e que me obrigaria a responsabilizar por uma medida que não era exatamente a que eu queria prosseguir”, lamenta.
Durante esta tarde, na sua página de Facebook, Horário Guerreiro escreveu um texto a que chamou “Pontos nos is”. Pode ler-se: “A propósito do meu pedido de renúncia do cargo de Diretor Clínico do CHUA, um esclarecimento”, começa.
“O pedido baseou-se no desgaste da função, da angústia permanente em tentar resolver problemas com recursos insuficientes e numa dessintonia interna pontual, sobre a definição de prioridades clínicas na área materno infantil”, alega o clínico.
“Nenhuma divergência com o CEO do SNS, nenhum desentendimento com o Conselho de Administração, nem nenhuma quezília com qualquer dos seus membros. Apenas uma visão diferente numa situação concreta, condicionadora da ação do diretor clínico”, esclarece.
No pedido de renúncia, Horário Guerreiro afirma que salientou “o bom desempenho e o rumo de crescimento do CHUA, agradeci a oportunidade para exercer o cargo e dei nota da consideração e amizade pelos colegas da administração. Expressei solidariedade e confiança no futuro do CHUA e do SNS”, acrescenta.
“Como, por vezes, a comunicação distorce o sentido das coisas, aqui deixo esta nota de clarificação. Tudo pacífico e saudável. O CHUA continuará a crescer na quantidade e na qualidade dos cuidados que presta”, conclui a nota.
