A descida do número de divórcios em Portugal vem a sentir-se desde 2011, mas no ano passado a quebra foi ainda mais acentuada. Registaram-se 22.525 divórcios em 2013, menos 2855 do que no anterior, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Para encontrar um ano em que tenha havido menos divórcios do que em 2013 é preciso recuar a 2001. Nessa altura, foram 18.851. O que os números também nos mostram é que, além de se ter registado o número mais baixo dos últimos 12 anos, a queda está também entre as mais acentuadas (a descida foi de 11%). Só em 2003 é que houve uma quebra maior (18%), registando-se menos 5 mil divórcios do que no ano anterior.
Outros dados permitem perceber que 58% dos casais que se divorciaram no ano passado tinham celebrado o casamento pela Igreja, enquanto 42% se tinham casado pelo civil. Essa proporção é idêntica à do ano anterior (2012).
No entanto, quando se olha para os números da última década, conclui-se que a proporção de dissoluções de casamentos católicos tem vindo a descer, ao contrário da dissolução dos casamentos civis, que tem vindo a aumentar. Essa tendência coincide com a evolução do casamento: são cada vez menos as celebrações feitas pela Igreja. Em 2003, os casamentos civis correspondiam a 40,4% do total de casamentos celebrados; em 2013 já correspondiam a 63,5%.
A par da quebra dos divórcios está também a quebra dos casamentos. Desde o ano de 2000 que os casamentos têm vindo sempre a diminuir: se em 2000 houve 63.752, em 2013 o total já era praticamente metade (31.876).
A evolução dos divórcios ao longo das últimas cinco décadas reflete uma tendência geral de aumento, contrariada pela descida verificada nos últimos três anos. Para encontrarmos outros três anos seguidos em que o número de divórcios diminuiu, é preciso recuar até aos anos de 1978, 1979 e 1980.
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