Dois mortos e um detido em operação antiterrorista na Bélgica

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Dois jiadistas morreram e outro foi detido esta quinta-feira na sequência de uma operação antiterrorista em Verviers, na província belga de Liége, confirmou o porta-voz da polícia belga.

“Estava iminente um ataque terrorista em Bruxelas”, declarou o responsável, explicando que os três indivíduos abriram fogo contra a policia depois de serem localizados, tendo dois deles sido abatidos e outro intercetado pelos agentes da brigada antiterrorismo belga.

Os suspeitos faziam parte de uma rede internacional terrorista e tinham regressado recentemente da Síria, estando a preparar-se para organizar um atentado.

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Devido à crescente ameaça, as autoridades belgas decidiram elevar o nível de alerta terrorista de 3 para 4 numa escala de 5, disse o porta-voz da polícia.

“Não podemos avançar mais informações, pois está a decorrer uma investigação”, acrescentou.

Segundo a imprensa local, ouviram-se três ou quatro explosões e foram disparados dezenas de tiros esta quinta-feira de tarde no número 16 da Rue de Coline, no cruzamento com a Rue des Écoles, junto à estação de comboios de Verviers, no âmbito de uma operação policial contra jiadistas que decorreu em vários locais da Bélgica.

“Uma operação antiterrorista está em curso”, declarou uma fonte da autarquia à agência AFP, sem adiantar mais detalhes. Sabe-se agora que a operação decorreu também em Vilvorde, Bruxelas, Zaventem, Schaerbeek et Molenbeek-Saint-Jean. O assalto foi dado pelas forças de intervenção da polícia federal belga às 17h45 locais (16h45 em Lisboa). As pessoas que estavam na rua foram todas retiradas e os habitantes locais foram alertados para não saírem de casa, relatam testemunhas locais. A estação de comboios foi isolada e várias ambulâncias chegaram ao local. Não há feridos entre as forças de segurança, garantem as autoridades.

De acordo com o jornal “le Soir”, os suspeitos estavam a ser vigiados pela polícia, depois de escutas telefónicas terem revelado que estariam a planear atentados em Bruxelas, na sequência dos ataques em Paris.

Mas as informações são contraditórias. “De acordo com as autoridades de Liège, a operação não tem nenhuma ligação com os atentados em Paris”, diz o “Le Figaro”. Já as forças de segurança referem que os suspeitos jiadistas tinham ligações a Amedy Coulibaly, o responsável pelo sequestro numa mercearia em Port de Vincennes, na zona leste de Paris, que resultou em quatro mortos.

Ligações com Paris?

A maior parte das armas usadas em Paris nos ataques terroristas da semana passada terão sido compradas a gangues e traficantes de armas na Bélgica, de acordo com várias fontes policiais.

A arma de guerra Scorpion e a pistola Tokarev usadas por Amedy Coulibaly durante o seu ataque ao supermercado kosher vieram do mercado negro de armas de Bruxelas.

As Kalashnikovs e os lança-rockets usados pelos irmãos Kouachi no ataque ao jornal “Charlie Hebdo”, que resultou na morte de 12 pessoas, foram fornecidas por Coulibaly perto da Gare du Midi, também em Bruxelas, por menos de 5 mil euros.

As autoridades não confirmaram ainda o elo de ligação entre o submundo belga das armas belga e os ataques terroristas, mas um traficante há muito seguido pela polícia foi detido em Charleroi, no sul do país. Uma fonte da polícia belga garante que o homem seria o fornecedor de Coulibaly.

A operação antiterrorista na Bélgica acontece um dia depois de um homem suspeito vestido de negro e armado ter sido detido quando gritava frases religiosas em árabe e francês na estação de metro de Ribaucourt, em Bruxelas. A polícia belga já fez saber que foi aberto um inquérito para apurar o sucedido.

RE

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