É hora de arregaçar mangas pelo futuro dos algarvios!

Sara Brito
Sara Brito
Docente na Pós-graduação “Segurança, Saúde e Felicidade no Trabalho”- ISEC Coimbra Mestre em Literatura Comparada; Pós Graduada em Multiculturas e Gestão de Relações Interculturais

O presidente da CCDR Algarve, José Apolinário, veio apelar por estes dias aos beneficiários do Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020) que acelerem o passo no que toca à execução deste programa, uma vez que o mesmo atingiu uma taxa de execução de 64,54% numa altura em que faltam 18 meses para o final de 2023, a data até quando podem ser executadas e pagas as verbas do quadro 2014-2020.

Este apelo, faz-me refletir e tentar perceber o que leva os “beneficiários do programa” a não terem uma taxa de execução mais elevada, uma vez que eu “já sou do tempo” em que autarquias do nosso território executavam 110% do que lhes estava destinado.

O Algarve nunca se desligou da sua história, do seu património secular e religioso, que são não apenas testemunhos e honrarias do nosso passado, mas também peças fundamentais da nossa memória coletiva e preciosidades que desfilam na nossa esteira promocional.

Durante cerca de quinhentos e cinquenta anos estiveram cá os mouros que deixaram uma forte presença na paisagem, hábitos e cultura algarvias, no entanto, antes de Portugal ter as suas fronteiras definidas, já o Algarve possuía a delimitação geográfica que hoje tem, tendo tido, durante algum tempo, nas suas armas régias estatuto de reino, presente ao lado das de Portugal;

Devido à diversidade de povos que nestas costas fizeram paragens, associado ao isolamento geográfico que a falta de caminhos provocava, os algarvios possuíram desde sempre hábitos de vida, costumes e características lexicais e semânticas que os diferenciavam do resto do reino. Aliada a alguma ousadia no pensar e no agir, as condições geográficas e o conhecimento das artes de navegação e militares que as nossas populações possuíam, proporcionaram que a expansão ultramarina tivesse uma parte significativa da sua atividade com início e término nas águas algarvias.

Ainda hoje, o turismo algarvio é um dos principais cartões-de-visita do nosso país. A maioria das nossas autarquias contribuem para a coesão de mais de 75% das autarquias a nível nacional. As condições geográficas, socioeconómicas e culturais do Algarve fazem que cada vez mais estejamos presentes nas principais rotas europeias de cruzeiros e náutica de recreio entre o Atlântico e o Mediterrâneo, sendo com agrado que recebemos a notícia das obras de alargamento da bacia de manobras no porto de Portimão, no Rio Arade.

É certo que possuímos uma população envelhecida, no entanto, temos que saber continuar a ter uma postura favorável na atração de pessoas, de modo a continuar a ter uma população com evolução positiva.

Não podemos, nem devemos vacilar, nos apoios disponíveis e prontos a executar. O Algarve sempre assumiu toda a sua história, de continuarmos aqui, a sul, onde o Infante se inspirou, a trabalhar, tendo como matriz e força orientadora os grandes desafios de causas e valores, para que possamos ser janela aberta e ponte para a grandeza e salvaguarda dos interesses nacionais, europeus, do mundo mas, acima de tudo, dos algarvios e lutam, trabalham e merecem ter na região quem também por eles “arregace mangas” por um território mais preparado e consequentemente com melhores condições de vida.

Sara Gomes Brito

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