Egito tornou-se o pior país para as mulheres

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A instabilidade política aumentou a violência sobre as mulheres no Egito, tornando-o o pior de 22 países do mundo árabe para se ser mulher. Seguem-se Iraque e Arábia Saudita

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Assédio sexual, níveis elevadíssimos de mutilação genital feminina, aumento da violência sobre as mulheres, leis discriminatórias e tráfico humano, numa altura de crescimento de grupos conservadores islâmicos, são fatores que contribuíram para colocar o Egito como o pior país para as mulheres entre os 21 da Liga Árabe e a Síria classificados na lista da Thomson Reuters Foundation.

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“Retiramos Mubarak do nosso palácio presidencial, mas ainda temos que retirar o Mubarak que vive nas nossas mentes e nos nossos quartos”, afirma Mona Eltahawy, comentadora egípcia naturalizada norte-americana.

“Conforme mostram os miseráveis resultados desta lista, nós mulheres precisamos de uma dupla revolução, uma contra os vários ditadores que arruinaram os nossos países e outra como a tóxica mistura de cultura e religião que arruína as nossas vidas enquanto mulheres”, acrescenta.

A mutilação genital feminina é endémica no Egito, atingindo 93% das mulheres e raparigas, 27,2 milhões no total, segundo dados da Unicef.

As mulheres tiveram um importante papel na revolução, mas os ativistas referem que o aumento da influência dos islamistas, culminada com a eleição do líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, como Presidente, representou um grande retrocesso nos seus direitos.

Alvo das forças governamentais e dos rebeldes na Síria

O Iraque é o segundo país da lista dos piores países do mundo árabe para as mulheres, seguido pela Arábia Saudita, Síria e Iémen.

A instabilidade política, que se seguiu à intervenção militar internacional no Iraque, leva a que a situação seja atualmente pior para as mulheres do que a existente antes da queda do regime de Saddam Hussein em 2003.

A Síria é outro caso em que a guerra tem consequências devastadoras para as mulheres. Ao mesmo tempo que são alvo de violações e tortura por parte de forças afectas ao Presidente Bashar al-Assad, nas zonas controladas pelas forças da oposição perdem direitos devido à influência de radicais islâmicos.

Efetuada pela terceira vez, a lista recorre a dados recolhidos entre 336 especialistas em questões de género sexual no mundo árabe.

No outro extremo da lista, as ilhas Comoros, seguidas por Omã, Kuwait e Jordânia, surgem como os melhores países para as mulheres.

Alexandre Costa (Rede Expresso)

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