Empresa que abateu pinheiros do Ancão diz que quis valorizar o local

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A Lisfina, empresa que promoveu o desmatamento da mata contígua à praia do Ancão e o abate de vários pinheiros, garantiu hoje que a intervenção levada a efeito “partiu das melhores intenções de minimizar a carga de combustível e a perigosidade de incêndio do local, além de procurar valorizar o local, do ponto de vista paisagístico”.

Em comunicado, a empresa do setor imobiliário assevera que não teve “qualquer intenção deliberada de ferir eventuais valores e património ambiental em presença, pois que contrariaria os pressupostos da limpeza que se entendeu, numa atitude proativa e valorizadora do ambiente, empreender”.

Recorde-se que, na passada semana, o Instituto de Conservação da Natureza ordenou o embargo dos trabalhos de abate de árvores nos terrenos adjacentes à Praia do Ancão e instaurou uma contraordenação contra os autores daqueles atos, que terão destruído centenas de árvores, segundo disse na altura ao JA o diretor regional do Algarve do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Joaquim Castelão Rodrigues.

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A ação do proprietário do terreno deu-se “a coberto do plano municipal da defesa da floresta contra incêndios e como foi prorrogado o prazo de limpezas, ele disse que ia fazer uma intervenção nesse âmbito e cortar umas árvores decrépitas e secas”, afirmou ao JA o mesmo responsável, reconhecendo que o Instituto foi informado pelo proprietário da intenção de corte das árvores.

Na resposta justificativa da Lisfina pode ler-se que a empresa “teve, desde sempre, com a sua atuação, a vontade e o desígnio de beneficiar do ponto de vista paisagístico e ambiental o local, em simultâneo com a redução da perigosidade de incêndio, afastando toda e qualquer intenção de beliscar os valores ambientais”.

Recordando que comunicou previamente o início dos trabalhos, a imobiliária assegura que sempre atuou com transparência e se mostrou disponível para receber e prestar todas as informações às equipas de fiscalização, “com o objetivo de clarificar a situação, bem como partilhar os registos fotográficos que cuidadosamente efetuou antes da intervenção e durante a intervenção e que anexamos a este comunicado”.

“Com a limpeza primária do local, a Lisfina pretendia, e agora reforça o interesse, em promover uma reflorestação do terreno e, em complemento, promover a reposição, restabelecimento e valorização ambiental e paisagística”, acrescenta a empresa.

Mais assevera que pretende prosseguir com os trabalhos e que o fará com “respeito integral pelos instrumentos de planeamento e de boas práticas e sempre em estreita articulação e parceria com as entidades tutelares, designadamente, o competente ICNF”.

Sobre os protestos que a ação desencadeou, a empresa diz compreender as preocupações dos moradores, “aos quais gostaria de tranquilizar”, garantindo-lhes que a empresa está a beneficiar um terreno “que encerrava problemas de desenvolvimento sustentável e perigo de incêndio, devolvendo-lhe a beleza e dignidade que a região merece”.

A Lisfina compromete-se a apresentar oportunamente “os melhoramentos que preconiza para o local, integrados na dinâmica de valorização e requalificação em curso e sempre no estrito respeito dos valores da natureza, sustentabilidade e preservação dos ecossistemas”.

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