Envelhecer pode ser uma benção ou um pesadelo

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Aqueles e aquelas que outrora ergueram os alicerces da sociedade atual para que nenhum de nós voltasse a viver com fome e sem sapatos. Os avós com calos nos dedos que trabalharam dia e noite nas pescas, na agricultura e que lutaram pelo desenvolvimento e pelas tradições da região. As mães que deram à luz em casa e que incentivaram os filhos a estudar. Os pais e os avós que nos abraçaram e nos disseram para não desistir. Muitos deles são hoje despejados nos lares (já sem capacidade e sem mão de obra) e medicados para não darem trabalho. Outros tantos são vítimas de uma violência invisível que lhes tira a voz. Felizmente, a sociedade civil tem vindo a acordar e cada vez mais é dado destaque a este problema para que todos nós, num futuro próximo, sejamos velhos com dignidade

A esperança média de vida e os cuidados e condições de saúde têm vindo a melhorar ao longo das últimas décadas, fazendo com que os ‘velhos’ sejam cada vez mais velhos. Como consequência, os lares e hospitais esgotam a sua ‘lotação’, a população fica cada vez mais envelhecida e é necessário olhar para a terceira idade com atenção. Para assinalar o Dia Mundial do Idoso, celebrado anualmente a 28 de outubro, o JA falou com quem está mais próximo daqueles que têm mais experiência e histórias de vida, relatando como é ser velho no Algarve, as suas dificuldades e aquilo que é necessário alterar e apoiar. Afinal, uma sociedade que não sabe cuidar, não saberá formar.


Por falta de recursos, pela ausência de uma rede de proximidade que os leva até à clausura e solidão no domicílio, à perda de autonomia física e emocional e ao desenvolvimento de quadros clínico graves, os idosos tornam-se alvos fáceis numa sociedade em que ‘o velho é descartável’. A sua vulnerabilidade torna esta faixa etária propensa aos maus tratos, roubos e ameaças, que cada vez mais recebem a atenção das autoridades através de programas direcionados. Respeitar os idosos é respeitar o passado, o presente e o nosso futuro.

Lutar para viverem mais anos

Francisco Amaral, presidente da Câmara Municipal de Castro Marim desde 2013, acumula uma carreira médica e política ao serviço do País, que mais de 30 anos de medicina e de poder local, em Alcoutim e Castro Marim, consagram. Ao JA, diz que durante os mais de 20 anos que esteve na presidência de Alcoutim, por ser um dos concelhos mais envelhecidos de Portugal, se “especializou em idosos” e por isso continua a lutar “para as pessoas viverem mais anos, com mais qualidade de vida e mais felizes”.
Para analisar “com exatidão” a realidade dos idosos na região, o autarca sublinha que, em primeiro lugar, “há que fazer distinções, isto porque existem duas realidades distintas – o Algarve serrano e o Algarve Litoral”. Na serra e no interior, o médico confirma que a população “está mais envelhecida, mais isolada e é mais pobre”, uma realidade diferente daquela que se encontra no litoral, onde os idosos “têm mais opções”.
No caso particular do município que lidera, “onde coexistem as duas realidades” que descreve, não tem dúvidas de que as inúmeras ações e as iniciativas dinamizadas em Castro Marim, direcionadas às faixas etárias mais vulneráveis, “seguem o caminho certo – dar vida aos idosos do concelho”, congratula-se.
Todas as quintas-feiras, desde 1999, volta a vestir a bata de uma vida e ruma a Faro para prestar serviço voluntário no hospital distrital. É nesses dias, como relata, que mais se confronta com “duras realidades” e em que se apercebeu, desde há muito, que “há idosos que não têm uma única visita semana após semana”, lamenta.

Francisco Amaral, é voluntário no Hospital de Faro desde 1999 e fala ao JA sobre a velhice

Filhos que se “demitem” da condição (e da família)
Conhecedor da realidade gerontológica na região, Francisco Amaral descreve como “horrível” as notícias recentes que dão conta da falta de condições, maus tratos e do desrespeito pela dignidade humana em alguns lares algarvios. “Depois de uma vida a cuidar, é no mínimo justo que os filhos cuidem dos pais e dos avós quando eles precisam”, afirma, lamentando que ainda continuem a existir situações em que “os filhos se demitiram da sua função de filhos”, o que classifica como “uma vergonha”.
No mesmo sentido, diz, “há também lares e funcionários de lares que também se demitiram das suas funções… Há pessoas que nem sequer deviam estar a trabalhar em lares”, agudiza. “Tem de haver convocação, amor, dedicação e empatia para trabalhar com idosos. Um lar não pode ser um depósito de pessoas doentes”, exalta. Apesar dos casos “lamentáveis” que têm vindo a público, sublinha que, “felizmente, há também muitos lares que se preocupam em proporcionar melhor qualidade de vida aos seus utentes e que os motivam, e esse é o caminho”, afirma.

Médico nos lares evitaria sobredosagem de medicamentos
Questionado sobre o uso desadequado de medicamentos em idosos pelos funcionários dos lares, o autarca considera que “para começar, todos os lares deviam ter um médico para apoio e assistência” – uma realidade que não acontece em todos os lares, expõe. Na sua visão, deixa claro que “todos os lares deveriam ter médico e um número de enfermeiros que responda às necessidades e o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade e Segurança Social deviam preocupar-se em financiar estes recursos”, atenta. “Se todos os lares tivessem médicos, muitas situações de sobredosagem de medicamentos não aconteceriam”, sustenta.
Em relação à prescrição de calmantes e medicamentos como a Olanzapina antipsicótico utilizado para o tratamento de esquizofrenia em pessoas com mais de 65 anos (e sem patologias mentais associadas), o médico não aprofunda e diz “os medicamentos são receitados por médicos e à partida eles sabem o que estão a fazer”.

“Tudo vem desaguar no Hospital de Faro”
Por falta de recursos, habitação ou do apoio dos familiares, há idosos que acabam por ‘viver’ e se deixarem ficar nos hospitais para assegurar cuidados de saúde e alimentos. Pela sua experiência de voluntário, o médico confirma esta (“triste”) realidade: “Há muitos doentes idosos que têm alta, mas acabam por ficar porque não há sítios para os acolher. A verdade é que há doentes que já não deviam lá estar e estão a ocupar camas. Tudo vem desaguar ao Hospital de Faro porque os lares estão cheios, e esse é outro dos motivos pelos quais as coisas acabam por não funcionar bem no hospital”, deplora. A seu ver, para solucionar a questão, é imperativo que se criem “mais lares e unidades de cuidados continuados”.

Concelho aposta no envelhecimento ativo
“A última coisa que quero é que os idosos fiquem em casa sentados no sofá a ver televisão e à espera que a morte venha. Os nossos idosos merecem dignidade física e psicológica”, defende. Em Castro Marim, a Universidade dos Tempos Livres, que percorre vários territórios do concelho, o contacto com as tecnologias, a natação, as artes, os passeios de barco e a dança, fazem parte do leque de atividades a que os seus munícipes têm acesso.
Enquanto profissional de saúde, acredita e argumenta que “não há nada que faça tão bem à saúde dos idosos como um baile, e é por isso que fazemos questão de organizar baile todos os sábados”. Se a saúde é a junção do bem-estar físico, psicológico e social, nada melhor do que um baile para animar as ostes. “O convívio é a fórmula para viver mais”, conclui sorridente.
Após um período de pausa, forçado pela pandemia, a atividade da unidade móvel de saúde que se desloca por todo o município “vai ser retomada”, adianta Amaral ao JA. Esta unidade ajuda os idosos a “pôr ordem” na medicação com a ajuda de um médico e a prevenir as quedas e as fraturas nas habitações dos idosos. Segundo o autarca, outro dos programas que está previsto ser implementado está relacionado com a saúde oral dos idosos, com vista ao financiamento de próteses dentárias. Também a surdez severa é outro dos problemas que a autarquia quer combater, estando já a ser preparado o regulamento para financiar aparelhos auditivos. A ‘Bibliomóvel’ é outra das iniciativas que percorre as estradas do concelho para levar livros, música e teatro aos idosos.

Gonçalo Dourado/Joana Pinheiro Rodrigues

“Tratar bem e servir os idosos”

A Associação dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Faro (ARPI) é uma instituição de solidariedade social sediada na capital algarvia. Desde a sua fundação, em 1981, esta associação marca a diferença no dia a dia dos seus associados e das suas famílias. Na ARPI, “não há cá velhice nem 3.ª idade – aqui falamos em idade maior”, esclarece jovialmente José Silvério, o tesoureiro e membro da Direção que gere as contas, mas também os sorrisos de quem por ali passa há mais de 15 anos.
O centro de dia (com 30 utentes), e onde “não há espaço para comida congelada”, o centro de convívio (que é ornamentado com uma bola de espelhos no teto) e o serviço de apoio domiciliário (que presta cuidados a 33 idosos) são as principais respostas sociais de um espaço que “promove o bem-estar e o envelhecimento ativo” dos seus sócios – que já são quase 3000. André Infante, o presidente da ARPI, tem 39 anos e 25 deles foram passados entre aqueles com “a idade maior”. Ali cresceu, aprendeu, viu os dois avôs concorrerem um contra o outro pela Direção em 1998, viu “muitas pessoas partirem”, algumas nos seus braços, e ali se tornou num cuidador nato como há poucos.
Visto unanimemente como “um presidente durante as 24 horas do dia”, André Infante tem dedicado a sua vida à ARPI e por isso afirma, convicto, juntamente com Silvério, que o viu crescer, que “esta casa presta, em Faro, um serviço que mais nenhuma presta” e fundamenta: “A ARPI é uma segunda casa para centenas de pessoas. Não permitimos que nada de negativo aconteça aos nossos utentes. Todos são tratados por igual numa instituição que tem desde o analfabeto ao doutor. Aqui queremos que as pessoas se sintam bem e que isto funcione bem”, afirma com um brilho nos olhos.

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O presidente da ARPI André Infante, a vice-presidente Cristina Fernandes e o tesoureiro José Silvério

Presidente jovem faz a diferença
Uma associação de idosos que tem um jovem como presidente, já é, por si só, um fator disruptivo e que poderá ser um dos “segredos” para o sucesso desta instituição, segundo as vozes que ecoam os corredores da ARPI. Para André Infante, o “sucesso” do modelo de funcionamento da ARPI deve-se ao facto de terem “sempre a ideia de inovar e modernizar as instalações e os procedimentos”, isto é, “a ideia de termos um centro de dia em que as pessoas estão fechadas todo o dia, sem movimento e sem ver outras pessoas pertence ao passado”, enfatiza. “Aqui os utentes do centro de dia convivem diretamente com os nossos sócios e isso faz toda a diferença. Este é um sítio de portas abertas para que haja movimento. Para nós, o convívio é saúde mental e também o segredo para se viver mais”, defende.
Por existir “dedicação e amor à casaca” na ARPI, nas palavras de José Silvério, e por ser um sítio onde “tudo se faz para dar vida às pessoas”, os membros da Direção olham para as notícias que dão conta do que se passa em alguns lares da região “com choque e consternação”. Silvério diz-nos até que “um lar, em muitos casos, é como se fosse um despejo e aqui tudo é diferente porque a ARPI pertence a cada um dos idosos que aqui está…Estas associações não são para ganhar dinheiro, são para servir as pessoas, é isso que tem de ficar claro”, assevera.
Questionados sobre o processo de medicamentação no centro de dia da ARPI, André Infante é incisivo: “Só damos medicação se os familiares nos derem essa indicação. Caso contrário, aqui não damos medicamentos a ninguém”, garante.
No futuro, um dos grandes objetivos é a abertura de um lar, que acreditam que será “também diferente dos outros”, quer na forma de atuar, quer pelos preços que atualmente estão a ser cobrados, acrescenta José Silvério. Já com terreno cedido pela Câmara Municipal, mas sem data para o início das obras, a Direção da ARPI aguarda “melhores dias” para começar a erguer um projeto há muito desejado. Entretanto, tal como explicam ao JA, aguardam uma resposta da Segurança Social para oficializar a compra da Associação de Solidariedade Sócio Cultural de Montenegro, um equipamento que vai permitir aumentar as respostas sociais a nível do apoio domiciliário e do número de vagas para centro de dia, bem como atuar em áreas fora do centro da cidade, nomeadamente no Montenegro, praia de Faro, e Patacão.

Há bailes, mas há muito mais
Depois do cabo das tormentas que foi a pandemia, André Infante recorda os sorrisos quando a ARPI voltou a abrir portas. “Felizmente temos comprovado que as pessoas ganharam vida depois da pandemia porque o convívio, o olhar olhos nos olhos, a proximidade e o toque voltaram. Este é um sítio onde os nossos utentes se sentem em segurança e por isso sempre foi uma espécie de porto seguro no pós-covid. O convívio será sempre uma grande arma contra os problemas do foro psicológico, não tenho dúvidas”, vinca.
Na ARPI “há um pouco de tudo”: os famosos bailes que são conhecidos por todo o Algarve e que animam a Praceta São Tomé e Príncipe, excursões nacionais e internacionais (para todos os gostos), concursos, jogos e desafios, concertos de música ao vivo, aulas de ginástica e de pintura, um grupo de cantares, rancho folclórico, trabalhos manuais, entre outras atividades pensadas para “estimular” a criatividades dos idosos. Dentro de tudo aquilo que a ARPI pode oferecer, existe apenas um ponto que vai em sentido contrário – a falta de vagas no centro de dia. Ao momento, esta instituição de solidariedade social está no limite da sua capacidade e não consegue, “infelizmente”, receber mais idosos. Contudo, qualquer pessoa, com qualquer idade, pode ser sócia da ARPI.
Pela experiência, pelas conversas diárias com os utentes e porque “basta olhar lá para fora, para o mundo real”, atenta José, muitos dos utentes fazem questão de frisar que “sem a ARPI, estariam sozinhos em casa”, onde a demência está à espreita. “Os que não nos procuram ou a outras instituições, estão nos bancos de jardim ou sabe-se lá onde, tristes e aborrecidos. É a realidade”, lamenta.

Apoio domiciliário diferenciado
O apoio domiciliário providenciado pela ARPI permite “assegurar higiene, alimentação e outras necessidades dos idosos” que estão em casa. Na perspetiva de André Infante, o serviço de ARPI tem uma vantagem em relação àquele que é prestado por outras instituições. Silvério explica que a diferenciação do serviço está nas “equipas que prestam assistência”, por serem pessoas que “trabalham na ARPI, conhecem a realidade de cada um dos idosos e estão subordinadas a uma direção, ou seja, não é a mesma coisa do que ter uma pessoa para cuidar dos idosos sem qualquer historial de proximidade e que em algumas situações termina em roubos”, exemplifica.
Apesar dos “esforços”, a realidade da falta de recursos humanos também assombra a ARPI e outra instituições sociais, que se veem “aflitas” por não conseguirem pagar “os valores altíssimos” pedidos por pessoas particulares que chegam a pedir “10 ou 12 euros à hora” – valores com os quais não conseguem “competir”. Na ARPI, os serviços prestados são com base em tabelas salariais que “não passam do ordenado mínimo”, algo que torna a prestação de apoio aos idosos através da rede menos atrativa.
Sem se sentirem minimamente incomodados com a presença do JA, não podemos deixar de descrever o burburinho de fundo da senhoras que lanchavam na cafetaria da ARPI, os sorrisos genuínos estampados nos rostos, o ambiente de confraternização em tarde de baile e acima de tudo a serenidade contagiante daqueles que já viveram muito, mas que ainda querem viver mais.
O JA tentou contactar o Observatório Nacional do Envelhecimento, mas sem sucesso. Também os comandos territoriais da PSP e da GNR não responderam à solicitação de dados. Na mesma linha, o CHUA e a ARS não facultaram dados relativos a idosos sinalizados.

G.D./J.R

Dificuldades de um centro de dia no interior

Rita Torrado, de 32 anos, é diretora técnica e assistente social há cerca de nove anos no Centro de Dia e no apoio domiciliário do Centro Paroquial de Vaqueiros, no concelho de Alcoutim. No Centro de Dia, atualmente, apenas são recebidos quatro utentes, de um total de 23 que recebem assistência da instituição. “Com a pandemia perdemos muitos utentes”, começa por confessar a vila-realense ao JA, referindo que o Centro de Dia onde trabalha reabriu “há alguns meses”.
Segundo a assistente social, a pandemia “teve consequências nos idosos”, tendo sido até registado um caso “de uma utente que acabou por pôr fim à vida, infelizmente”. Segundo conta, “notaram-se muitas consequências nos idosos na parte psicológica. Ganharam muito medo de sair de casa. Perdemos alguns utentes para lares e outros faleceram”, descreve.
No centro, o utente mais novo tem 52 anos, enquanto o mais velho está perto de celebrar os 102 anos. “Já chegámos a ter três utentes com 100 anos. Eles ficam lá até ao fim. Nós somos das poucas instituições que conseguem apoiar as pessoas até mais tarde, pois não há vagas nos lares”, explica.
Além do Centro de Dia, esta instituição funciona também com um serviço de apoio domiciliário durante 365 dias por ano, abrangendo todo o concelho de Alcoutim, visitando idosos três vezes por dia. Ao todo, as funcionárias percorrem 400 quilómetros por dia, entre aldeias e montes, visitando utentes que precisam de atenção, apoio, cuidados e medicamentos. Um dos locais fica a 19 quilómetros da instituição e, se for preciso, são feitas mais de três viagens por dia.
É enquanto descreve essa realidade que Rita Torrado fala dos apoios que a instituição recebe: “A Segurança Social em Vila Real de Santo António paga, por idoso, o mesmo que paga na serra. Se calhar, em 10 quilómetros daquela cidade conseguem atender todos os utentes, enquanto nós demoramos muito mais tempo”.
“Precisamos de mais apoios. Recebemos da Segurança Social, do município de Alcoutim, mas “no entanto fica um pouco aquém”, refere. Rita Torrado acrescenta ainda ao JA que os utentes “têm pensões agrícolas de 200 ou 300 euros” e que “os apoios são insuficientes”. “Às vezes queremos dar mais tempo, apoio e atenção às pessoas e nós não conseguimos”, confessa.
Outra das dificuldades daquela instituição é a contratação de pessoal. Apesar de serem 16, “existe muita dificuldade em contratar” e a procura é diária. “Embora tenhamos poucos utentes, eles exigem muito porque cada vez mais estão acamados e dependentes. Não há pessoas em Alcoutim para trabalhar e não conseguimos atrair ninguém de fora porque não existe oferta de habitação”, refere.
Rita Torrado sai todos os dias de sua casa, em Vila Real de Santo António, em direção a Vaqueiros, a mais de 47 quilómetros de distância, numa viagem que dura aproximadamente 40 minutos. “Gasto imenso dinheiro em combustível e ninguém quer isso. Embora haja algumas ajudas do Instituto do Emprego e Formação Profissional, as pessoas não têm habitação e não querem ganhar 700 euros e pagar 400 de combustível”, conta.
O recrutamento, por vezes, acaba por recair em pessoas sem experiência, mas a equipa dá formação, o que nem sempre chega. “Formação é uma coisa, vocação é outra. Formação nós tentamos dar, que além de ser obrigatório é necessário. Mas a vocação não. As pessoas só vão trabalhar para lá porque não há mais nada”, acrescenta.
Em relação à medicação, diz que fica a cargo das responsáveis pelas visitas aos idosos “porque muitos deles estão sozinhos, não têm filhos, ou os que têm estão no estrangeiro”. “Temos guias de tratamento e então conseguimos controlar em grande parte. Geralmente os idosos vão às consultas e nós trazemos a medicação e a orientação médica. Em cada de cada utente existe uma guia e na instituição existe outra, para assim todos conseguirem controlar a medicação, com ajuda do livro de ocorrências”, explica.

G.D./J.R.

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