Melhorar a preparação das crianças para enfrentar sismos e incêndios, entre outras catástrofes, foi o grande objetivo do programa “A Escola e os Riscos… Preparar para Proteger!”, que envolveu mais de 10 mil alunos do concelho de Portimão. A proteção civil e a autarquia já garantiram que a iniciativa é para continuar, pois em matéria de segurança todo o cuidado é pouco
Há uma realidade que ninguém pode esquecer: as catástrofes acontecem e, como tal, “é melhor prevenir do que remediar”. É nesse sentido que todas as escolas da região têm um plano de emergência para fazer face a desastres naturais.
Os estabelecimentos de ensino testam regularmente estes planos para preparar as crianças para o pior. Nos cenários de sismo, por exemplo, ouve-se um “toque de aviso” intermitente, que terá a duração do abalo. Enquanto este toque se ouvir, todos os alunos devem proteger-se. A evacuação das salas de aula e dos recreios só deverá começar quando se ouvir o “toque de evacuação”, que é constituído por um toque contínuo e mais prolongado.
Ainda de acordo com os procedimentos, os alunos devem depois dirigir-se em fila indiana, em passo rápido mas com calma, para um ponto de encontro previamente definido no plano de emergência da escola. O professor deverá seguir no último lugar da fila e fechar a porta, marcando-a com um X em giz, significando que a sala já foi evacuada.
Estes e outros ensinamentos fizeram parte do programa “A Escola e os Riscos… Preparar para Proteger!”, que abrangeu mais de 10 mil alunos do concelho de Portimão.
Entre outubro de 2014 e maio de 2015, este programa levado a cabo pela proteção civil sensibilizou as crianças e jovens dos 25 estabelecimentos de ensino do concelho, sendo que o momento final do programa foi assinalado, no final de junho, no Centro Municipal de Proteção Civil e Operações de Socorro (CMPCOS), recentemente inaugurado.
Alunos e professores treinam procedimentos
Em menos de oito meses, a proteção civil realizou mais de 200 sessões em todas as escolas do concelho, com o objetivo de “envolver toda a população escolar, desde logo os alunos em matéria de sensibilização no que concerne aos procedimentos em caso de emergência, até aos docentes e funcionários que participaram nas ações de formação no âmbito das medidas de autoproteção e primeira intervenção, nomeadamente no combate a incêndios, primeiros socorros e evacuação dos edifícios”.
Terminada esta fase do programa, os responsáveis fazem um “balanço positivo” e garantem que a iniciativa contribuiu significativamente para “o reforço da cultura de segurança e a preparação de todos os intervenientes numa situação de acidente grave ou catástrofe”.
Para além das sessões de sensibilização, o programa incluiu ainda ações de “mass training” de Suporte Básico de Vida (SBV) para o ensino secundário, pais e professores, bem como exposições de meios e recursos da proteção civil.
Exercícios e simulacros são “fundamentais”
Para todos os agentes da proteção civil – bombeiros, polícia, GNR, Cruz Vermelha, INEM e autoridade marítima –, assim como para os alunos e professores, estes programas, exercícios e simulacros são “fundamentais” para aumentar a capacidade de resposta de cada escola em responder a situações de emergência, tornando-as “mais resilientes face aos riscos existentes”.
Face à importância deste programa, a vereadora da educação da Câmara de Portimão, Ana Fazenda, já garantiu a sua continuidade para 2015/2016.
Em Portimão, como na maioria dos concelhos algarvios, a autarquia promete assim continuar a testar a reação dos bombeiros e agentes da autoridade face a um sismo de grande intensidade ou incêndios. O principal palco das operações serão as escolas, onde os alunos e professores da região demonstram estarem cada vez mais preparados para um cenário imprevisível. O mesmo não se passará com o resto da população…!
Nuno Couto/JA
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