“Espero que em 2013 Portugal já esteja a crescer”

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Cavaco Silva põe ressalvas às previsões do ministro da Economia. No último dia da sua visita aos EUA, Presidente faz balanço positivo.

No mesmo dia em que o ministro da Economia apontou 2012 como o ano do fim da crise, Cavaco Silva afirmou, na Califórnia, que espera que no fim da execução do acordo de assistência e se se concretizarem as previsões, em 2013 Portugal já esteja mais competitivo e a crescer, embora – ressalvou – nem tudo “dependa apenas do nosso trabalho”.

“Seria muito importante que houvesse uma agenda de crescimento europeia e que os países que têm superavit avançassem com políticas expansionistas”, sublinhou, o Presidente português ao responder às perguntas dos jornalistas no final da sua visita, ontem, a Silicon Valley, a Meca da tecnologia mundial.

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O tema de Portugal e da Europa foi uma constante nesta deslocação de Cavaco Silva (terceira etapa da sua visita aos Estados Unidos) e que ontem, num dia de agenda muito carregada, incluiu uma palestra e uma sessão de perguntas e respostas com estudantes da Universidade de Stanford, e visitas à CISCO, à Lockeed Martin e ao centro de “incubação de negócios” Plug and Play Tech Center, onde decorre um programa de apresentação de empresas portuguesas.

Dificuldades em explicar medidas

Foi aliás na sessão com os estudantes que o Presidente reconheceu que a crise criou problemas e que “há dificuldades em explicar às pessoas que as medidas duras que estão a ser aplicadas são cruciais para ultrapassar a crise e que os mercados não têm sido generosos de maneira nenhuma”.

“Não podemos evitar entrar em recessão no próximo ano e estamos a impor duros sacrifícios ao povo português”, afirmou ainda, acrescentando que está “preocupado mas não pessimista em relação ao futuro”.

O Presidente afirmou também que a criação de uma zona euro a duas velocidades com os países em boa situação de um lado e aqueles que se encontram em dificuldades do outro “seria um desastre” para a própria Alemanha, para além de que não saberia em que bloco colocaria a França, gracejou.

Inspiração em Silicon Valley

Na sua palestra, subordinada ao tema “Portugal, a outra história”, o Presidente referiu paralelismos entre o espírito inovador que os portugueses demonstraram no passado com os Descobrimentos e os “exploradores” de Stanford, a universidade que constitui o “motor de produção científica e tecnológica que impulsionou Silicon Valley”.

Cavaco Silva sugeriu também que poderiam estabelecer-se programas de intercâmbio de estudantes entre universidades portuguesas e Stanford. “Queremos construir pontes de conhecimento (…) aplicar o que chamaria a fórmula dos três Ss: de Sagres a Stanford para o Sucesso”, declarou.

Balanço positivo

Ao traçar o balanço da sua deslocação a Silicon Valley, Cavaco Silva considerou plenamente cumpridos os objetivos que o trouxeram à Meca da tecnologia mundial, que eram apresentar Portugal como um país moderno e contribuir para que “o espírito e a cultura” da região mais desenvolvida mundo do ponto de vista tecnológico chegue a Portugal.

O Presidente português destacou também o “interessante debate” com um grupo de 20 empresas de capital de risco, que juntos representavam cerca de 10 mil milhões de dólares, cuja tarefa é “transformar boas ideias em negócios rentáveis”.

Outro facto que contribuiu para o balanço positivo foi o anúncio feito pelo presidente da Cisco durante a visita de Cavaco Silva de que a empresa vai manter-se em Portugal e mesmo aumentar o seu investimento nas operações que a empresa mantém no país.

O Presidente português termina hoje a sua visita aos Estados Unidos e que o levou também a Nova Iorque e Washington.

JA/Rede Expresso
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