Estudo de Mobilidade Interurbana do Algarve Central vai ser apresentado aos municípios em setembro

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O auditório da Biblioteca Municipal de Olhão recebeu na última semana a segunda reunião da Comissão Externa de Acompanhamento e da Comissão Executiva do Estudo de Mobilidade Interurbana do Algarve Central, que deverá estar concluído em setembro para apresentação aos municípios.

A equipa da DHV, que está a elaborar o estudo, apresentou os cenários, a visão estratégica para o sistema de acessibilidades e transportes e os objetivos e linhas de orientação.

Neste encontro, que representou o final da segunda fase do estudo, o presidente da Câmara Municipal de Olhão, Francisco Leal, lembrou que “nestes tempos de dificuldades financeiras”, os seis concelhos do Algarve Central (Albufeira, Loulé, Faro, Olhão, S. Brás de Alportel e Tavira) decidiram fazer este estudo sobre a mobilidade interurbana nesses municípios “para que, quando houver oportunidade, e mediante as sugestões de benefícios apresentadas, possa ser posto em prática”.

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Em Olhão, por exemplo, “sentimos muitas dificuldades na ligação com Faro. As portagens na Via do Infante vieram prejudicar ainda mais a chamada ‘estrada da morte’, a EN 125, trazendo para aqui mais 50 por cento do trânsito”, referiu Francisco Leal, criticando igualmente as variantes que ficaram paradas e aquelas que nem chegaram a ser iniciadas, como é o caso de Olhão.

“Logo que haja fundos comunitários, e com os estudos já feitos, poderemos avançar com estas medidas”, garantiu o edil olhanense.

O presidente da Câmara de S. Brás de Alportel solicitou aos autores do estudo que sejam definidas “ações concretas” e “de acordo com as capacidades financeiras de cada município”. “Queremos um estudo realista, com medidas que possamos implementar”, frisou António Eusébio.

Maria João Silveira, da DHV, tendo em conta as forças externas, internas e políticas que influenciam a mobilidade, apresentou os quatro objetivos estratégicos deste plano, a dez anos, com o referencial temporal 2014/2023.

O primeiro é desenvolver um sistema de governância que contribua para a articulação entre o planeamento do sistema de transportes e os usos do solo, bem como para a sustentabilidade financeira do setor. Outro dos objetivos é desenvolver um sistema de transportes intermunicipal, que contribua para a coesão socioeconómica e territorial e para a melhoria da eficiência energética e ambiental, pela promoção de uma repartição modal mais favorável ao transporte público e aos modos suaves.

A par destes dois objetivos, o plano pretende, ainda, desenvolver uma política de planeamento e de gestão das acessibilidades rodoviárias, que contribua para a resolução dos problemas de circulação e para a melhoria da segurança das deslocações. O quarto objetivo é melhorar a eficiência do sistema de logística regional e urbana.

Para cada um destes objetivos estratégicos foram apresentados os objetivos específicos e as linhas de orientação que deverão nortear a definição do plano de ação do estudo. Maria João Silveira destacou a operacionalização de um sistema de planeamento e gestão do sistema de mobilidade e transportes para o Algarve Central, bem como articular o planeamento de transportes com o de territórios e com a política energética e ambiental.

Desenvolver e implementar um sistema de monitorização e racionalizar os custos de investimento, manutenção e operação do sistema de transportes intermunicipal, foram outras das linhas de orientação destacadas por aquela responsável.

“É também importante promover a intermodalidade física, bilhética e tarifária no sistema de transportes e a informação”, bem como “reforçar a oferta de transporte público entre os principais centros urbanos da região, adequados às necessidades de procura e com elevados níveis de conforto e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida”, frisou Maria João Silveira.

Aquela técnica da DHV sublinhou, ainda, a necessidade de “garantir a acessibilidade multimodal aos principais pólos geradores/atratores de deslocações” e “implementar serviços de transporte coletivo adequados às necessidades de mobilidade da população residente em áreas de baixa densidade”.

Promover as “deslocações em modos suaves, reforçando a sua quota de utilização”, bem como implementar uma política de estacionamento “coerente a nível intermunicipal, que contribua para a utilização do transporte público”, foram outros dos pontos destacados por Maria Joaão Silveira, a par da necessidade de desenvolver uma política de sensibilização ambiental e educação cívica sobre a problemática da mobilidade sustentável.

O plano sugere também a necessidade de melhorar as acessibilidades rodoviárias, entre os principais centros urbanos da região, e reduzir os índices de sinistralidade rodoviária, bem como racionalizar o sistema regional de distribuição de mercadorias. Outra das sugestões é promover a concretização das plataformas logísticas previstas para a região e racionalizar o sistema urbano de distribuição de mercadorias.

Validada a estratégia, objetivos e linhas de orientação, segue-se a definição do plano de ação, materializado em propostas de intervenção e a definição do plano de execução, que integrará a totalidade dos investimentos programados.

O estudo deverá estar concluído e ser apresentado aos municípios do Algarve Central no início do mês de setembro.

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