Falar “estrangeiro” com estrangeiros?

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Colaboradora. Designer.

Por outras palavras, devemos facilitar a vida aos estrangeiros se sabemos a língua deles? A minha resposta é sim e não. Ou seja, depende das circunstâncias.
Acho que existem várias razões para facilitarmos a vida aos estrangeiros se soubermos a língua deles. Acho que a razão principal é sermos hospitaleiros mesmo que não tenho nada pessoalmente ou como país a ganhar. Enfim, trata-se de sermos bons uns para os outros e, dizendo o óbvio, os estrangeiros também são pessoas. Creio que por si só é razão suficiente.


Talvez muitos leitores estejam a pensar que também é uma forma de conhecer pessoas interessantes que vêm de outras terras. Eu concordo. Alguns dos amigos que tenho conheci falando inglês e italiano.
Outra razão é ser uma mais-valia em termos turísticos. Portugal é, provavelmente, do ponto de vista dos turistas. Sabermos línguas estrangeiras (como o inglês e francês) e estarmos disponível para falarmos nessas línguas é bom para eles. Não podemos esperar que um alemão ou japonês de férias em Portugal durante algumas semanas aprenda a língua nacional.

Pessoalmente, passei, há alguns anos, um mês de férias em Paris. Gostei da experiência, No entanto, a experiência foi um pouco estragada pela recusa dos parisienses em dar informações sem ser francês. Isto, mesmo quando, claramente, entendiam a língua que estava a utilizar para fazer a pergunta. Porém, fora de Paris, os franceses eram bastante simpáticos e prestáveis.

Mas também digo que existem circunstâncias onde nós, português, não devíamos facilitar tanto a vida aos estrangeiros. Se um estrangeiro vive em Portugal permanente deveria fazer algum esforço para aprender português. Afinal, vive em Portugal.
A língua portuguesa não é mais fácil do planeta. Todavia, também está baste longe de ser uma das mais difíceis. É uma língua que quase toda a gente consegue aprender desde que faça algum esforço.


Estou muito longe de achar que deva existir uma lei que obrigue um estrangeiro que venha morar cá permanente a aprender português. Porém, era simpático da parte dele (e, provavelmente, útil para ele) esforçar-se por aprender português.
Acho que não é descabido dificultarmos um pouco a vida aos estrangeiros que sabemos morar em Portugal (no Algarve há muitos) permanentemente e não fazem um esforço para aprender português. Que sejamos simpáticos mas sem exageros. Até para os estrangeiros apreciarem mais quando estamos a ser simpáticos.

Ivo Dias de Sousa*

*professor da Universidade Aberta – [email protected]

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