Foragido do ‘mensalão’ detido em Itália

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Henrique Pizolatto, de 61 anos, na lista dos procurados pela Interpol, que no seu site tem a imagem do passaporte de Celso Pizzolato, irmão do fugitivo

Fujitivo à justiça brasileira, Henrique Pizzolato, um dos condenados do megaprocesso brasileiro “mensalão”, foi ontem preso em Itália. Estava com a mulher, na casa de um sobrinho.

Na lista dos procurados pela Interpol, o ex-diretor de marketing do Branco do Brasil, terá preparado a fuga 45 dias antes de ser sentenciado pelo Supremo Tribunal Federal, a 13 de novembro passado, pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Nascido a 9 de setembro de 1952, em Concordia, no Brasil, Pizzolatto tem dupla nacionalidade – brasileira e italiana. Para escapar à pena de 12 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, usou passaporte falso, noticia a imprensa brasileira, com o assunto a dominar o dia.

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O documento era de um irmão, falecido num acidente de carro em 1978, no Paraná, de acordo com o site do “Folha de São Paulo”. Foi de voo da Argentina que partiu, com uma escala em Madrid, antes de aterrar em Itália.

“Havia um mandado de prisão internacional contra ele. Aqui, estava a utilizar um documento falso. Entrou na Europa com o passaporte de um irmão”, segundo informações de Carlo Carrozzo, comandante da unidade de investigação dos carabinieri em Modena, ao “Folha de São Paulo”.

Nas informações disponíveis no site da Interpol, a par da identificação de Henrique Pizzolato, figura a imagem de um passaporte com a identidade de Celso Pizzolato , de nacionalidade italiana, nascido a 15 de novembro de 1954. Este poderá ser o referido pelas autoridades italianas.

Escondido em casa de sobrinho

A Guarda italiana (carabinieri) localizou o antigo banqueiro no norte de Itália, ontem de manhã, cerca das 11h (menos uma hora em Lisboa), mais precisamente na cidade “ferrari” Maranello – que alberga a fábrica e museu da famosa marca italiana de automóveis.

Estava escondido em casa de um sobrinho e fazia-se acompanhar pela mulher, tendo sido transferido para uma prisão em Modena. No momento da detenção, as autoridades encontraram ainda dinheiro – 15 mil euros e dois mil dólares (cerca de 1500 euros), de acordo com informações divulgadas pelo “Estadão”.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, citado pelo portal de notícias “G1”, da “Globo”, garantiu que serão tomadas “todas as providências necessárias” à extradição e para que se cumpra a condenação no Brasil, “uma vez que há mandado de prisão”.

Se for negada a sua extradição, “o Brasil poderá enviar dados do processo do mensalão para que Pizzolato passe por novo julgamento na Itália”, adianta o “G1”.

Aliás, esta terá sido a intenção de Henrique Pizzolato que, aquando da fuga, deixou uma carta, por intermédio do advogado, na qual justificava a saída como “legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento na Itália”.

Eduardo Cardozo já fez saber que o Brasil respeitará uma decisão do governo italiano nesse sentido.

RE

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