ASFIC admite adesão à greve geral de 24 de novembro se “impasse” sobre reivindicações persistir
A eventual adesão à greve geral de dia 24 de novembro é um das questões a analisar em vários encontros que os funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ) realizam hoje em Faro, Lisboa, Porto e Coimbra.
Antes do evento, Carlos Garcia, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da PJ, explicou que a reflexão e o debate sobre as medidas de luta prendem-se com o “impasse” com o Ministério da Justiça relativamente ao caderno reivindicativo daqueles profissionais.
“Queremos ver a nossa carreira adequada a um verdadeiro corpo de polícia e queremos ver o estatuto revisto à luz da legislação aprovada em 2008 para a função pública”, referiu Carlos Garcia, alegando que, a acrescentar a tudo isto, desde 2005 a PJ “tem sofrido uma asfixia orçamental e de meios humanos”.
“Tudo isto nos leva a pensar a quem isto interessa e por que é que isto é feito. Face ao impasse que se verifica, é tempo de dizer basta”, declarou o presidente da ASFIC/PJ, que apelou a uma intervenção pública do diretor nacional da PJ, no sentido de corroborar a “justeza” das reivindicações destes profissionais.
As formas de luta a discutir, admitiu, podem passar também pela recusa de trabalho extraordinário e cumprimento rigoroso dos horários de trabalho, o que, na prática, afetaria o normal funcionamento da atividade investigatória.
Carlos Garcia apontou também as recentes medidas anunciadas pelo Governo em matéria de cortes salariais e a extinção de serviços sociais como questões que podem levar os associados a ponderarem uma adesão à greve geral de 24 de novembro, com um pré-aviso de greve a apresentar pela própria ASFIC.
“O momento é de reflexão”, enfatizou o dirigente sindical, adiantando que em meados de novembro haverá uma reunião geral destes profissionais para ultimar decisões.
AL/JA