Gonçalo Amaral despede advogado por SMS

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No livro “Maddie: A Verdade da Mentira”, Gonçalo Amaral defende o envolvimento de Kate e Gerry McCann no desaparecimento da filha e na ocultação de cadáver

Às dez da noite de sexta-feira o advogado Santos de Oliveira recebeu um SMS de Gonçalo Amaral a dispensar os seus serviços. O advogado, que representava o antigo inspetor da PJ no processo cível movido pelos McCann – em que os pais de Maddie pedem uma indemnização de 1,2 milhões de euros por difamação – garante que não lhe foi dada qualquer justificação para o afastamento: “Não sei porque é que fui dispensado.”

A dispensa foi feita nas vésperas da última sessão do julgamento, o que ainda causa mais estranheza ao advogado: “Estávamos numa fase boa do processo porque conseguimos demonstrar que o casal McCann não tinham poder para representar a filha neste processo e agora que iam falar íamos confrontá-los com isso.”

Gonçalo Amaral entregou ontem de manhã, na 1ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, uma revogação da procuração do seu advogado. A sessão, durante a qual os McCann iriam falar e a sua advogada, Isabel Duarte, iria proferir as alegações finais, serviu apenas para a juíza Emília Melo e Castro marcar novas datas – para 8 e 10 de julho.

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“Estou convencida de que é mais uma manobra dilatória para cansar os meus clientes”, afirmou ao Expresso Isabel Duarte. “Pela primeira vez em 35 anos de profissão vi um advogado com a procuração revogada a pedir ao juiz para fazer um requerimento a favor do antigo cliente. O juiz autorizou e o advogado pediu que a sessão fosse adiada, o que veio mesmo a acontecer.”

O advogado Santos de Oliveira, agora dispensado, recusa a acusação: “Manobras dilatórias? Isso não é comigo. Ando há demasiados anos na advocacia para me deixar envolver numa coisa dessas.”

Esta foi a quarta vez que o julgamento foi adiado. E pela quarta vez o casal McCann tinha-se deslocado a Portugal para ser ouvido. “Estou a contar que venham na próxima sessão claro. Não serão vencidos pelo cansaço”, garante Isabel Duarte.

As audiências do julgamento encontravam-se suspensas desde outubro do ano passado, para que o casal McCann chegasse a acordo extrajudicial com Gonçalo Amaral. Como não existiu um acordo, num caso que motivou já o pedido de arresto de bens ao ex-inspetor da Judiciária como medida cautelar, foi marcado o reatamento das sessões.

Nesta ação, o casal McCann considera terem sido violados direitos, liberdades e garantias da família, pelo que pede uma indemnização de 1,2 milhões de euros ao inspetor da PJ que investigou o desaparecimento de Madeleine, ocorrido a 3 de maio de 2007.

No livro “Maddie: A Verdade da Mentira”, Gonçalo Amaral, ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Portimão, defende o envolvimento de Kate e Gerry McCann no desaparecimento da filha e na ocultação de cadáver. O casal chegou a ser arguido no caso, mas as suspeitas foram arquivadas. O processo criminal foi entretanto reaberto, e na última semana a polícia inglesa esteve em Portugal a fazer novas buscas.

RE

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