Governo acusa PSD de ter estado nas negociações para obter bandeiras de propaganda

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Teixeira dos Santos, ministro de Estado e das Finanças

O ministro de Estado e das Finanças acusou hoje o PSD de ter partido para as negociações sobre o Orçamento a contra-gosto, por pressão e unicamente preocupado em “obter bandeiras de propaganda”.

A posição de Teixeira dos Santos foi assumida em conferência de imprensa, após a rutura das negociações com o PSD na Assembleia da República.

Tendo ao seu lado o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, e os secretários de Estado Emanuel dos Santos e Sérgio Vasques, o ministro de Estado e das Finanças leu uma declaração inicial com várias críticas ao comportamento negocial do PSD ao longo dos últimos dias.

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“O PSD aceitou uma negociação a contra-gosto, veio para as negociações não por vontade própria, mas porque não pôde ignorar a pressão enorme que sobre este partido se fez para que tivesse um gesto de diálogo”, acusou Teixeira dos Santos.

Mas o ministro de Estado e das Finanças foi ainda mais longe: “o PSD esteve mais preocupado em obter bandeiras de propaganda e de popularidade e não propriamente para chegar a um compromisso que sirva os interesses do país”.

Para Teixeira dos Santos, desde o início “o PSD achou que estava a fazer um favor ao Governo” ao sentar-se à mesa das negociações “e não a servir os interesses do país”.

“Porque achava que estava a fazer um favor ao Governo, o PSD sempre considerou que tinha o direito de ganhar algo com esta negociação e que não tinha que apresentar propostas que neutralizassem os impactos das duas medidas”, afirmou.

Ainda na perspetiva de Teixeira dos Santos, este estilo de comportamento negocial “é próprio de quem acha que tem o direito de exigir e não de contribuir para uma solução equilibrada”.

“O PSD sempre entendeu que não lhe competia propor medidas que impedissem o agravamento do défice que resultaria do agravamento do défice se as suas exigências fossem acatadas. Essa pouca preocupação com o cumprimento do objetivo orçamental não me surpreendeu”, disse o membro do Governo, antes de criticar o próprio líder social democrata, Pedro Passos Coelho.

Na sexta feira, Pedro Passos Coelho, numa entrevista televisiva, “considerou que se calhar o melhor seria renegociar com a Comissão Europeia um défice mais elevado para 2011”, referiu Teixeira dos Santos.

“Ora, quem nos exige o cumprimento do défice não é a Comissão Europeia, mas quem nos empresta dinheiro a Portugal e aos portugueses”, acrescentou.

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