Dominique Strauss-Kahn lamentou as medidas impostas à Grécia, defendendo que terão um “efeito devastador”. O ex-líder do FMI acusou ainda a Alemanha de liderar uma “conduta política mortífera” que visou sobretudo “humilhar” os gregos.
Numa carta dirigida aos “amigos alemães” – que foi divulgada este domingo pelo jornal “Le Fígaro” – Strauss-Kahn critica o acordo com a Grécia para um terceiro resgate do país.
“O que aconteceu durante o último fim de semana é para mim fundamentalmente nefasto, quase mortal”, pode ler-se na carta.
Segundo Strauss-Kahn, as medidas acordadas na cimeira da zona euro foram ditadas pela “ideologia” e “não pelo interesse europeu”, constituindo um “plano selvagem”.
“Tratou-se de uma vitória ideológica sobre um governo de extrema-esquerda ao custo da fragmentação europeia. Nesta cultura somos guardiões. […] Mas o diabo nunca está longe e leva-nos de volta para os erros do passado: Isto foi o que aconteceu durante este fim-de-semana fatídico”, sublinhou.
O ex-líder do FMI sustentou que a Europa deve sair da “ambiguidade” que prevaleceu durante a criação do euro e adotar uma “visão inteligente” e uma “arquitetura renovada da união monetária”, alertando para o risco da zona euro perder a sua força.
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