Grécia. Todos a Bruxelas para encontrar um acordo

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Todos os que têm algum poder de decisão na zona euro vão estar esta segunda feira na capital belga. A chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês François Hollande e mais 16 chefes de Estado e de Governo da moeda única vão estar na Cimeira do Euro para ouvir Alexis Tsipras, também ele líder da moeda única.

No encontro marcado de emergência estarão ainda o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.

Será um dia de reunião atrás de reunião à procura de um consenso para o impasse grego. E antes mesmo do início da Cimeira extraordinária – que começa às 18 horas de Lisboa – muita tinta deverá correr.

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Donald Tusk já esclareceu que este tipo de encontro entre líderes europeus não serve para discutir questões técnicas nem detalhes do foro orçamental, por isso, o avanço em termos de negociações das propostas terá de acontecer antes.

À hora do almoço, quando os ministros das Finanças do euro se reunirem, já deverá ser possível perceber até que ponto avançaram as negociações técnicas que decorreram durante o fim de semana. O Eurogrupo deverá validar a credibilidade das novas propostas em cima da mesa e preparar a reunião de líderes.

Este domingo, o Governo grego anunciou em comunicado que o primeiro-ministro apresentou a Angela Merkel, François Hollande e Jean-Claude Juncker “uma proposta grega com vista a um acordo benéfico que traga uma solução definitiva e não um adiamento do problema”.

No entanto, durante o dia de ontem várias fontes próximas das negociações adiantavam que não havia “novas propostas” em cima da mesa. Já o executivo helénico contrapunha que não iria para os encontros de segunda-feira com “com a antiga proposta”.

Segundo o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, a diferença entre as pretensões gregas e as dos credores oficiais é, nesta altura, “minúscula” e equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (perto de 910 milhões de euros). A Atenas é pedido um corte de 2,5% do PIB mas o Governo do Syriza só estará disposto a cortar 2%. Um diferença que segundo Varoufakis poderia ser colmatada com medidas administrativas e não com cortes cegos que conduzam a uma maior degradação de vida dos gregos, em particular dos pensionistas.

O Governo helénico poderá, contudo, estar disposto a ceder um pouco mais nas reformas antecipadas e a aumentar o IVA em sectores específicos, como o da hotelaria. Cortes nas pensões mais altas e um taxa sobre os lucros das empresas poderão estar também a ser equacionados. Em troca, Atenas pede que se discuta a reestruturação da dívida.

Na última reunião do Eurogrupo, na passada quinta-feira, no Luxemburgo, os ministros das Finanças voltaram a considerar que as “ideias” de Varoufakis eram pouco abrangentes e pouco credíveis e pediram um acordo sólido.

Faltam oito dias para o fim da extensão do programa de assistência financeiro à Grécia. A 30 de junho, Atenas tem também de pagar mais de 1,5 mil milhões de euros ao FMI. A falha de pagamento será considerada como um “default” pela instituição liderada por Christine Lagarde e a diretora-geral do Fundo já disse que não “há período de graça” para Atenas.

Um incumprimento dos compromissos financeiros dará ainda mais força à hipótese de uma saída da Grécia da zona euro, um cenário a que Draghi chamou de “águas desconhecidas”. Mas a ausência de novas propostas por parte da Grécia ou de um entendimento em torno das medidas para alcançar as metas orçamentais que os credores oficiais exigem poderá forçar a discussão sobre o chamado “Grexit” já nesta segunda-feira.

Outro assunto em cima da mesa poderá ser uma nova extensão do resgate mas, para isso, é preciso que haja uma qualquer acordo.

Durante o dia, e provavelmente antes da reunião do Eurogrupo, Alexis Tsipras deverá reunir-se com Juncker e Draghi numa reunião convocada por Donald Tusk e onde participarão ainda a diretora-geral do FMI, Christina Lagarde e o Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

RE

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