Gregos têm dez dias para mostrar o que valem

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E ao décimo dia, será que os gregos poderão descansar? Eis a pergunta a que o governo de Atenas terá de responder até sexta-feira, 24, dia em que os ministros das Finanças da zona euro vão reunir-se informalmente em Riga, capital da Letónia, para analisar, entre outros assuntos, uma nova versão da lista de reformas gregas.

Se o Executivo liderado por Alexis Tsipras, que já reconheceu estar com a corda na garganta, não conseguir convencer os credores, também não deverá receberá a última fatia do seu programa de assistência financeira no montante de 7,2 mil milhões de euros. Até dia 20 terá de estar concluída a nova versão da lista, disse esta segunda-feira o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, à Bloomberg.

Já esta terça-feira, em entrevista ao jornal alemão “Handelsblatt”, o mesmo Dombrovskis reconheceu que ainda não tinha perdido a esperança de que os gregos apresentassem um “compromisso credível”, mas que era pública e notória a sua falta de disponibilidade para avançarem com novas propostas nos domínios das pensões e da legislação laboral.

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Se a 24 de abril os ministros das Finanças da zona euro não chegarem a um acordo sobre as reformas a aplicar na Grécia resta prosseguir com as negociações. Foi isto que defendeu na terça-feira o comissário europeu de Assuntos Económicos. Pierre Moscovici disse ainda que a Comissão espera ter nas suas mãos a lista completa de reformas na próxima terça-feira, 21 de abril, para que os credores tenham alguns dias para a analisar antes do Eurogrupo. Para já, acrescentou, as negociações “avançam” mas “a um ritmo lento”.

Entretanto, o “Financial Times” citando uma fonte oficial em Atenas, noticiou esta terça-feira que o Governo grego já está a considerar incumprimentos no caso de não haver acordo e que começaria por não pagar os 195,1 milhões de euros que até 1 de maio terá de entregar ao Fundo Monetário Internacional, para onde terá de tranferir mais 744,1 milhões de euros até dia 12 do mês que vem. O jornal alemão “Bild” informa que já se preparam eleições antecipadas na Grécia caso as negociações não cheguem a bom porto. As duas notícias foram desmentidas pelo Governo Grego.

Nem pensem nisso

Numa conferência a partir de Washington sobre o World Economic Outlook, o economista-chefe do FMI admitiu esta terça-feira que uma saída da Grécia do euro teria custos “extremamente altos” e que seria “extremamente doloroso” para o país. Olivier Blanchard defendeu ainda que os restantes países da moeda única estão numa “posição melhor” para lidar com uma eventual saída da Grécia do euro, mas que essa situação “não será fácil” para a zona euro.

“Queremos muito alcançar um acordo e espero que lá cheguemos”, afirmou Blanchard, quando confrontado com notícias da imprensa grega, segundo as quais o diretor europeu do FMI, Paul Thomsen, não acredita que seja possível chegar a um entendimento com Atenas nos próximos dias e que, assim, o prazo dado pelos credores não será cumprido.

Soube-se também esta terça-feira que o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, deverá encontrar-se na quinta-feira com Barack Obama. O Presidente norte-americano defendeu no início de fevereiro, em entrevista à CNN, respondendo a uma pergunta sobre a Grécia, que “não é possível continuar a pressionar países em plena depressão” argumentando que “a certa altura é preciso ter uma estratégia de crescimento para permitir que um país pague as suas dívidas e elimine alguns dos seus défices”.

Segundo a agência noticiosa France Presse, a economia grega contraiu-se cerca de 25% desde 2008. Após seis anos de recessão económica e já no segundo resgate internacional, irá o novo Governo grego, liderado pelo Syriza (partido antiausteridade de esquerda) pedir a Obama para explicar melhor a suas teses ao FMI?

RE

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