Greve na função pública deixa 90% das escolas da região sem aulas

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A greve dos trabalhadores da administração pública no Algarve teve uma adesão significativa, com 90% das escolas sem aulas e serviços de saúde “completamente paralisados”, segundo os sindicatos da Frente Comum.

“Neste momento, registamos uma grande adesão à greve da administração pública. Temos dados concretos nas escolas a rondar os 90% de adesão. Temos dados da saúde a rondar os 60/65%, e entre os 50% e os 90% na administração local, em serviços ligados às câmaras municipais e nos serviços de impostos e tribunais”, resumiu, ao final da manhã, junto ao Hospital de Faro, a coordenadora da União de Sindicatos do Algarve, Catarina Marques.

A dirigente sindical realçou que a adesão significativa à paralisação marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, e considerou que corresponde a uma luta justa, uma vez que as propostas apresentadas pelo Governo para o Orçamento do Estado para 2024 “não correspondem aos problemas dos trabalhadores”.

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O documento incide “na política de baixos salários, na desregulação completa dos salários”, e também denota “um continuado desinvestimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado”, apontou Catarina Marques.

Ana Simões, dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, garantiu que, no Algarve, “cerca de 90% das escolas não têm aulas” e que “perto de uma centena” de estabelecimentos estão “completamente encerrados”.

“Desde jardins de infância, escolas dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos e também escolas secundárias, não estão com aulas. (…) A nossa expectativa era que a adesão à greve fosse grande e isso está a confirmar-se”, notou.

Na saúde, Sónia Lopes, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, assegurou aos jornalistas que há “uma forte adesão à greve” destes profissionais, “com serviços completamente paralisados” no Hospital de Faro.

Na cirurgia de ambulatório, “com adesão a 100%”, foram adiadas 11 cirurgias que estavam programadas, nos serviços de internamento também se registou adesão completa – não fecham porque são prestados cuidados mínimos – e nos blocos operatórios houve “forte adesão”, com cirurgias adiadas que serão reprogramadas.

A dirigente sindical também destacou a adesão à greve nos Serviços de Urgência Básica de Loulé e Albufeira e no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel.

Rosa Franco, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, informou que, no setor da saúde, a adesão dos trabalhadores do Algarve ronda os 80%, com impacto nos blocos operatórios, consultas externas, análises clínicas e colheitas.

“Na Segurança Social também se nota o impacto, nomeadamente em Portimão. Os tribunais só estão a funcionar para serviços considerados urgentes e, no ensino superior, há vários serviços da Universidade [do Algarve] com adesão à greve. De uma maneira geral, nota-se o impacto da greve na região”, frisou.

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (da CGTP) anunciou em 9 de outubro a greve nacional de trabalhadores que hoje decorre, considerando que a proposta do Governo de aumentos salariais para 2024 é “miserabilista”.

Para o próximo ano está previsto um aumento salarial mínimo de 52 euros ou de 3% para os trabalhadores da administração pública.

A Frente Comum reivindica um aumento dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, para fazer face ao “brutal aumento do custo de vida”.

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