A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) garantiu hoje que a linha de 1050 milhões de apoio às empresas exportadoras já se esgotou “sem chegar à hotelaria” e considerou urgente a prorrogação das moratórias bancárias e prazos de reembolso das linhas de apoio à economia covid-19.
Reivindicando uma linha específica para a Hotelaria, a AHP exige “uma solução urgente para a situação dos reembolsos de capital e juros das linhas de financiamento e das demais moratórias bancárias, “sob pena de descalabro do setor e, por arrasto, de grave impacto financeiro”.
“As linhas de apoio à economia covid-19, criadas no âmbito das medidas de caráter extraordinário de apoio à economia e ao emprego, previam que no último trimestre de 2020 a atividade já estivesse normalizada, o que obviamente não só não se verificou nem se perspetiva que tal aconteça para as empresas hoteleiras durante o 1º semestre de 2021”, sublinha, acrescentando que “é por isso urgente prorrogar o prazo de carência e de maturidade dos empréstimos”.
Sobre os prazos de carência e reembolsos dos empréstimos destas linhas de apoio, o presidente da AHP afirma “os financiamentos foram concedidos com objetivo de começarem a ser amortizados quando a atividade estivesse normalizada. Ora, a atividade está muito longe de estar normalizada e as empresas estão numa situação cada vez mais frágil. Temos grande parte da hotelaria fechada, assistimos ao agravamento da pandemia e a um novo confinamento, pelo que os prazos têm de ser prorrogados com a máxima urgência e comunicada essa decisão aos bancos para que os benefícios previstos sejam mantidos.”
E acrescenta: ”O Ministro da Economia já anunciou que a prorrogação dos prazos iria existir, mantendo-se as garantias do Estado e já sinalizámos a nossa máxima preocupação junto do Banco Português de Fomento, mas a verdade é que temos associados que têm empréstimos concedidos cuja prestação se vence agora em março de 2021 e cujos bancos não têm ainda resposta para lhes dar.”
O presidente da AHP lamenta ainda que não estejam criadas linhas específicas para a hotelaria, criticando severamente as condições, critérios e acesso à Linha de Apoio às empresas exportadoras da Indústria e do Turismo, recém alargada dizendo: “Esta linha foi reforçada e expressamente referido que as small mid cap e as mid cap do Turismo teriam acesso como empresas exportadoras fortemente impactadas pela pandemia. E a verdade é que foi aberta a 18 de janeiro e logo nas primeiras 24 horas após o seu lançamento os principais bancos do sistema já tinham esgotado a sua quota e as empresas hoteleiras já não conseguiram financiamento. Tudo se esgotou no setor industrial!”
O presidente da AHP considera ”inexplicável e muito grave que o principal setor exportador do país e aquele onde o impacto das restrições internacionais mais se faz sentir seja precisamente aquele onde estes empréstimos não chegam”. E Raul Martins conclui: “é imprescindível que seja criada para as empresas hoteleiras uma linha específica e exclusiva, com períodos de carência e maturidade muito alargados, parte substancial a fundo perdido e condições de acesso que atendam às características do setor hoteleiro. Sem isso as empresas hoteleiras de média dimensão não vão sobreviver a este longo inverno do Turismo e na reabertura não vão estar cá para puxar pela economia do País.”