ICIA debate consequências de Alcácer Quibir em dupla conferência

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No próximo dia 23 de junho, pelas 18h00, o Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) promove, no auditório do Museu de Portimão, duas conferências sobre a Batalha de Alcácer de Quibir, anunciou esta semana a organização.

A primeira, intitulada “Os renegados de Alcácer Quibir”, será proferida por Frederico Mendes Paula, seguindo-se a conferência por António Jorge Afonso, com o título “As relações com Marrocos depois de Qued Al-Makhazin. O caso particular do renascimento Alauita”.

O arquiteto Frederico Mendes Paula falará sobre a condição dos Renegados – cativos portugueses durante a Batalha de Alcácer Quibir que recusaram a redenção, permanecendo na corte marroquina em condições adversas. Esclarecerá que tal condição não se tratava de uma simples “troca de campo”, mas sim de “uma radical alteração de valores, de religião e, sobretudo, da própria identidade”, pode ler-se em comunicado.

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“O grande número de prisioneiros portugueses da Batalha de Alcácer Quibir fez com que a influência dos Renegados em Marrocos ganhasse relevância, pois constituía uma nova elite muito importante para a modernização do país, e que teria o seu apogeu após o ano de 1603, com a morte do sultão Ahmed Al-Mansur e das subsequentes lutas internas pelo poder, em que os Renegados tiveram um papel decisivo nas lideranças das várias fações”, explica a nota.

Por sua vez, o professor António Jorge Afonso explicará “como foram estabelecidas as relações entre Portugal e Marrocos após a fatídica batalha. Sultões de aguçada inteligência e pragmatismo como Muhammad Ben ‘Abd Allah e Muley Sulayman; monarcas rejeitados pelo centralismo europeu como Muley Yazid; diplomatas de exceção como Muhammad Ben Othman, Jorge Pedro Colaço e Fr. Manuel Rebelo da Silva, geriram num contexto de grande incerteza internacional as relações luso-marroquinas”, prossegue o documento da ICIA.

“Num espaço geopolítico pouco interessante para as elites do Reino, mais interessadas em cargos próximos dos grandes centros de decisão europeus, Portugal colocou nas mãos dos Colaço e de alguns ilustres arabistas a gestão dos negócios marroquinos a que também os sultões alauitas dedicaram particular atenção”, conclui a nota.

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