Insultos, gritos com expressões brejeiras, assobios, empurrões, a tudo se assistiu no final da reunião da Comissão Nacional do PS enquanto António Costa falava aos jornalistas para dar a sua leitura do resultado dos debates realizados naquele órgão desde o final da manhã de domingo.
Incomodado por não ter sido resolvido o que em sua opinião deveria ter ficado concluído no dia de hoje, Costa sublinhou que se está a adiar a resolução de uma questão central num PS que, enquanto “partido democrático não pode ser um partido bloqueado”.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa propôs que a organização e fiscalização das próximas eleições internas fique a cargo de António Vitorino e Jorge Coelho, e disponibilizou-se para se apresentar “quando e como o partido” assim o decidir.
Na fase em que se acentuavam os insultos, António Costa não deixou de conduzir o discurso para a afirmação de que “há pessoas que às vezes se exaltam, mas temos de dar exemplo de serenidade”. Isto porque, concluiu, “os nossos adversários estão fora, e não dentro do PS”.
Sereno e acompanhado por sucessivas aclamações, António José Seguro foi parco nas declarações finais aos jornalistas. Para lá de insistir em valorizar o que considera ser “uma novidade na democracia portuguesa”, materializada nas eleições abertas a militantes e simpatizantes para a escolha de um candidato a primeiro-ministro, o secretário-geral do PS fez um apelo para que o debate “se concentre nas propostas e nas ideias”.
Após sublinhar o facto de, ao convocar as eleições primárias para 28 de setembro, ter resolvido um problema criado ao PS, Seguro mostrou-se “surpreendido” por ainda assim haver militantes a insistir na realização de um Congresso extraordinário.
Os membros do partido, acrescentou, “devem deixar-se de rodriguinhos” e apostar no que é essencial. E o importante, neste momento, concluiu, é “fazer oposição ao Governo e proceder à afirmação de uma alternativa política”.
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