Investigação de Oceana deteta “enorme” biodiversidade e problemas no Mediterrâneo

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Ações de investigação no fundo do mar Mediterrâneo permitem conhecer a “enorme” biodiversidade existente, mas também as ameaças, como presença de lixo ou sobrepesca, que dificultam a sobrevivência de várias espécies, do atum rabilho ao peixe-espada.

Vidro, plásticos, metais e muitas ferramentas de pesca são encontrados pelos cientistas da organização internacional Oceana que estudam áreas marinhas, tanto depositados no fundo, como a flutuar.

A poluição não é o único perigo que os peixes e todos os outros habitantes do Mediterrâneo têm de enfrentar. Os especialistas da Oceana apontam também a sobrepesca e a pesca destrutiva, sobretudo do arrasto de profundidade, como atividades que afetam os habitats das zonas espanholas que estudaram.

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Além da descoberta de espécies e habitats, o conhecimento obtido com os seus projetos é utilizado para sensibilizar para a necessidade de preservar estes locais.

As áreas marinhas protegidas são apontadas como a forma mais eficaz de recuperar uma zona, ao evitar atividades pesqueiras “destrutivas” e permitir a alimentação e reprodução de muitas espécies, como explicou à agência Lusa Silvia García, cientista marinha da Oceana.

“A médio e longo prazo, estas áreas marinhas produzem mais benefícios económicos que as áreas sem proteção”, referiu a cientista.

Por outro lado, nas montanhas submersas existem “alguns dos mais ameaçados habitats do Mediterrâneo, ainda em bom estado de conservação, e outras espécies referenciadas como ameaçadas. Por isso, a proteção é urgente e necessária”, defendeu.

Através das suas últimas expedições, a organização tem detetado a presença de várias espécies e habitats, como “em águas espanholas do Mar de Alborán, as grandes colónias de corais brancos e uma rica fauna associada”.

Outro dos exemplos apontados por Silvia García é o novo recife encontrado em Alborán, “um dos mais importantes do Mediterrâneo”, mas também “um dos mais ameaçados já que parte das colónias “estão mortas ou em perigo devido à atividade de pesca”.

Nas montanhas submersas das ilhas Baleares, a Oceana salienta a presença de esponjas carnívoras, espécie protegida pela Convenção de Barcelona, corais negros campos de esponjas e gorgónias.

Numa das últimas expedições realizadas, a Oceana, em colaboração com a Fundación Biodiversidad, estudou três elevações submersas nas ilhas Baleares com o objetivo de “contribuir para a criação da primeira área marinha protegida em alto-mar de todo o Mediterrâneo”.

AL/JA

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